Aos meus mestres com carinho pelo apoio,
estímulo, pelo conhecimento amplo que me foi transmitido além de serem muito humanos,
amorosos e amigos.


Desde o início, no Viveiro de Plantas Medicinais do Sabor de Fazenda, maravilhada com as diferentes espécies,
belíssimas, viçosas, como que sorridentes e convidativas, oferecendo, verdadeira lição
de amor a todos os visitantes.
O dia estava lindo, céu azul e sol, não me lembro ao certo se havia poucas ou nenhuma nuvem e não me esqueço a emoção que senti ao ser tocada... Quem seria? Olhando para trás vi tratar-se do invólucro espinhoso que protegia o capítulo globoso da Bardana.
Sim, a Bardana! Agora tinha certeza de que seria o tema de minha monografia.
Confesso, me emocionei...
Não pude deixar de conter meu lirismo em um acontecimento que ocorre com muitas pessoas e animais,
que podem se extasiar ou não com o fato, mas neste momento senti em mim uma simpatia,
uma energia e uma empatia inefável com tal planta, além de amar também todas as outras junto a ela!
Sabia, de acordo com Teske, M. et al (1997), Boorhem, Dr. Roberto Leal et al (1999), Pires, Zenaide B.,
desde o início tratar-se a Bardana de uma planta herbácea especial, cujo êxito medicinal data da antiguidade
e nunca foi contestado através dos séculos.
Segundo a tradição curou o Rei Henrique III de uma grave doença de pele. É também chamada
popularmente de PEGA-MASSA.
Eu havia feito cursos rápidos de pouquíssimos meses em fitoterapia e a Bardana já havia me chamado
a atenção devido à sua ação depurativa do sangue.
Depurar é limpar, é desintoxicar, é purificar nosso organismo de enfermidades tão nocivas para nós
e que não merecemos.
Desde que ouvi falar sobre a Bardana, tal propriedade terapêutica fascinou-me de imediato.
Segundo Pires, Zenaide B., além da ação benéfica na pele, tem ação anti-inflamatória, bactericida, fungicida.
Pode ser usada como alimento sendo altamente nutritiva e estimulante do sistema nervoso e imunológico,
elimina também o ácido úrico.
Estas são apenas algumas das inúmeras propriedades terapêuticas que esta benéfica plantinha nos proporciona.
O restante está relatado nesta monografia, que, com muito amor, pretendo tecê-la passo a passo.


Bardana

Segundo Engler, A (1936)

Reino: Metaphyta
Classe: Dicotyledoneae
Ordem: Campanulales
Família: Compositae
Divisão: Angiospermae
Gênero: Arctium
Espécie: lappa


Segundo Cronquist, A (1981)

Filo: Metaphyta (Plantae)
Classe: Magnoliopsida
Sub-Classe: Asteridae
Ordem: Asterales (Lindley, 1833)
Família: Asteraceae
Divisão: Magnoliophyta
Gênero: Arctium
Espécie: lappa



Nome científico: Arctium lappa L.

Família: Compositae (Asteraceae)
Sinônimos populares: lampazo mayor (castelhano), bardana-maior herba dos namorados (português)
(Font Quer, 1988) gobô, orelha de gigante, erva-dos-tinhosos, pergamasso, pegamassa (Panizza, Sylvio, 1997)
(apostila do Senac, Pires, Zenaide B.), Lappas, Botões, Beggar © (Herbal Matéria Médica),
baldrana, carrapicho-grande, erva-dos-pega-massos, pegamoço (Corrêa, Anderson Domingues, 1998),
grossa klette (alemão) , grande bardane (francês) great burdock, clot bur, bardana (italiano)
(Cordeiro, Ruth, 1996)

Sinônimo científico: Lappa mayor



Seu porte é herbáceo podendo alcançar até 2 metros de altura. O caule é robusto, canelado.
A raiz é comprida aprumada, carnuda, inodora, de sabor amargo, açucarado e frio, segundo Botsaris,
Alexandros Spyros (1997).
Para Boorhem, Dr. Roberto Leal et al (1999) suas folhas verdes são grandes e segundo Acharam, Moreira Yarza, (vol I) suas flores avermelhadas são envoltas em cápsulas espinhosas. Quando maduram elas formam bolas que se pregam às roupas.
De acordo com Joly, A. Brandão (1991) uma espécie de Arctium, produz longas raízes tuberosas, conhecidas como bardana ou ainda gobô, pelos japoneses (para Quer, P.F. et al, 1988).

Tratando-se de inflorescência a bardana floresce após 2 anos (bienal). As flores possuem a coloração entre
o marrom e o purpúreo, formando capítulos e segundo Corrêa, Anderson Domingues (1998) também brilhosas
e para (Cordeiro, Ruth, et al, 1996) as flores são vivazes e brilhantes.
Segundo Joly, A. Brandão (1991) tratando-se da família Compositae (Asteraceae) que inclui também a bardana
são de simetria radial ou zigomorfas até bilabiadas, são hermafroditas ou de sexo separado, podendo
estar na mesma inflorescência ou em plantas dióicas.
As flores são pentâmeras, com cálice profundamente modificado, transformado no papilho (Pappus)
e servindo à disseminação do fruto. O papilho pode ser piloso ou as vezes espinhoso.
Corola pentâmera com 5 lobos iguais ou então ligulada ou bilabiada.
Androceu formado por 5 estames férteis com filêtes livres e anteras intorsas, soldadas em um tubo que é
atravessado pelo estilete.
Ovário sempre ínfero, bicarpelar, unilocular, com um só óvulo erecto.
Estilete freqüentemente com um anel de pelos longos abaixo da bifurcação.
Segundo Panizza, Sylvio (1997) as flores com capítulos florais formam o fruto sem papilho, no formato de
uma bola com falsos espinhos que aderem à roupa e ao pêlo de animais, sendo uma planta invasora.
O fruto possui formato arredondado e “espinhudo” com cerca de 7 mm de largura e para Acharam,
Moreira Yarza os frutos se assemelham aos da agrimônia, mas muito maiores.
Para Botsaris, Alexandros Spyrus (1997) o fruto é picante, amargo e refrescante.
De acordo com Corrêa, Anderson Domingues et al (1998) os frutos da bardana são revestidos de
pequenos “ganchos”. Joly A. Brandão (1991) nos diz que o fruto sêco é indeiscente tipo aquênio,
disperso pelo vento ou ficando encerrado no capítulo, que então tem brácteas duras e espinhosas.

I – Análise macroscópica

De acordo com Oliveira et al (1991) a bardana possui as seguintes características macroscópicas:
Folhas longopecioladas simples, de aspecto geral inteiras e consistência entre coriácea e membranácea.
A parte inferior é de coloração verde-clara e a superior é verde-escura. O limbo possui forma cordiforme
em seu contorno e seu ápice é agudo, tendendo a arredondado (obtuso), a base é reentrante, a margem
é inteira e algumas apresentam margem sinuada com pequenos acúleos na margem. A nervação é mista,
o pecíolo é reto com inserção lateral e secção transversal côncavo-convexo.
Não possui odor e a superfície do limbo quanto ao talo é áspera e quanto à visão é pubescente.
A superfície do limbo é estriada.
A lâmina foliar possui tamanho de 11 a 16 cm de comprimento.
Para Joly, A. Brandão (1991), podem ser também muito variadas, pois além de inteiras podem ser fundidos
em disposição alterna ou oposta, sendo latescentes ou não.


II – Análise microscópica

Após o corte transversal, clarificação com hipoclorito de sódio e coloração azul de Alcian e Fucsina,
foram obtidos os seguintes resultados:
Na região da nervura central foi possível constatar a existência de 1-3 camadas de colênquima angular,
abaixo de uma epiderme unisseriada contituída por células arredondadas (isodimétricas) extremamente pequenas, revestidas por uma cutícula lisa de pequena espessura.
O feixe vascular da nervura central, de formato oval, apresenta uma região de floema bem desenvolvida,
de cada lado há um feixe menor.
A folha toda apresenta numerosos tricomas tectores unisseriados pluricelulares com mesófilo heterogêneo
assimétrico, constando de uma camada de parênquima paliçadico. Há tricomas glandulares sésseis e tricomas
glandulares com pedúnculo curto, constituído de 1 a 3 células.


Bardana-maior (Arctium lappa L.) Compositae (Asteraceae)

Volák, Jan et al (1990) nos diz que a bardana-maior é uma planta herbácea bienal dotada de uma raiz fuselada
castanha de que nasce no primeiro ano uma roseta de grandes folhas, depois, no segundo ano, um caule alto
e anguloso com folhas alternas. Os capítulos globulosos, vermelho-violáceos no cimo, são protegidos por um
invólucro espinhoso e disposto em inflorescências corimbiformes. O fruto é um aquénio. É uma espécie
abundante nas proximidades das habitações humanas, nas lixeiras, nos escombros ou nos silvados.
Era antigamente usada como diurético, purificador do sangue e contra as doenças do sistema genital.
O óleo da bardana (Oleum bardanae) é considerado um estimulante do crescimento capilar.
Atualmente, a bardana é cultivada nos campos pela sua raiz (Radix bardanae), que é colhida nas plantas
de um ano ou nas plantas de Inverno, em qualquer caso antes da floração. Depois de muito bem limpas e
lavadas, as raízes mais grossas são golpeadas ao comprido. Para lhes conservar um elevado teor em
substâncias activas, são mergulhadas em água a ferver antes da secagem, que se realiza num secadouro
a uma temperatura máxima de 35ºC. A raiz contém inulina (27% - 45%), óleos essenciais (até 0,2%),
mucilagem, taninos, substâncias antimicrobianas e bacteriostáticas, além de muitos outros produtos. A raiz
entra na composição de tisanas, utilizados no tratamento complementar da diabetes. Tem igualmente uma
função diuréica e sudorífera. Em aplicações externas é útil no tratamento de doenças da pele.
A bardana-tomentosa (A. tomentosum) e a bandana-menor (A. minus) possuem as mesmas virtudes terapêuticas.


Época de floração: VII – IX
Colheita raiz: IX-X e III-IV


Boorhem, Dr Roberto Leal et al (1999) nos conta sobre:


“Aprendendo com o passado da medicina”

Durante a maior parte da existência humana as plantas (junto com substâncias animais e rituais místicos) eram
praticamente tudo de que dispunham os curandeiros e os que esperavam ser curados. Isso ainda é verdade em
grande parte dos países pouco desenvolvidos. Só neste século, os avanços na química, na tecnologia e na
farmacologia tornaram possível a síntese de muitos dos compostos hoje usados na medicina. Mesmo assim,
cerca de 25% dos produtos farmacêuticos modernos derivam de partes de plantas superiores (o número chega
a 50% quando se incluem produtos feitos com microorganismos). Na maioria dos casos, o uso atual do moderno
produto farmacêutico é semelhante ao uso tradicional da planta de que ele foi extraído.
Além disso, os cientistas estão descobrindo que os ingredientes ativos purificados de alguns novos produtos
farmacêuticos podem causar efeitos colaterais indesejados que os remédios fitoterápicos “antigos”, não
purificados não causavam. Será, perguntam-se eles, que algumas têm fatores de segurança embutidos, que
minimizam alguns dos efeitos colaterais de seus ingredientes ativos?
Na esperança de responder a essas perguntas, muitos cientistas estão pesquisando o estilo dos herbolários e
curandeiros de eras passadas, assim como as práticas dos curandeiros populares de hoje.
Essas investigações apontam sempre a hipótese de que os fitoterapêutas vêm usando os mesmos remédios de
planta desde a antiguidade, pelo motivo muito simples de que eles, de fato, funcionam.


Os primeiros tratamentos
Na maiorira das sociedades do passado (e em algumas do presente), a doença era vista como um castigo dos
deuses. Os primeiros curandeiros tratavam as doentes com preces e rituais, que incluíam o que se poderiam
considerar “poções mágicas”. A maioria desses preparados médicos era feita com ervas locais. Embora possa
ser verdade que as ervas foram escolhidas primeiro pela cor, odor, forma ou raridade, o resultado dificilmente
teria sido um processo orientado apenas por suposições. Ao contrário, a aplicação de qualquer erva ou mistura
de ervas a um distúrbio específico deve ter sido o resultado de muita experimentação, na base da tentativa e
erro, ao longo de muitas gerações.

Medicina no Egito antigo
Da grande civilização seguinte, a egípcia, veio Imotep, um tarimbado médico (físico, na época) que depois se tonou
o deus da cura de seu povo. O antigo Egito também deu ao mundo um de seus primeiros textos médicos, O
Papiro de Ebers, nome do Egiptólogo alemão Georg Ebers. Ele o comprou em 1827, de um árabe que dizia
tê-lo achado na necrópole próxima a Tebas. Acredita-se que o papiro foi escrito no século XVI a.C.. Contêm
cerca de 800 receitas e refere-se a mais de 700 drogas. Com todos estes ingredientes, os egípcios preparavam
várias decocções, vinhos e infusões, além de pílulas ungüentos e emplastros.

Textos Hebreus

Os judeus da época do Velho Testamento são lembrados por seus altos padrões de saúde pública e higiene,
e entre esse povo da extremidade oriental do mediterrâneo, o uso de plantas para fins medicinais era um
costume aceito.
O Eclesiastes (ou Sirach) em certo sentido autoriza e estimula essa prática: “O Senhor criou remédios da
Terra, e o homem sensato não os desprezará”.


Textos Sânscritos


Na Índia, muitas gerações de tradição médica foram registradas na Ayurveda, uma coletânea de saber médico
hindu, compilada pela primeira vez provavelmente por volta da época de Cristo.
Os escritos originais em sânscrito, os Vedas, faziam muitas referências a plantas curativas.

A contribuição Grega

A Grécia antiga produziu um deus e vários seres mortais que figuram com destaque na história inicial
da medicina. O deus era Esculápio, deus da cura. Tinha como símbolo a serpente enroscada num bastão,
o caduceu, ainda hoje o símbolo da medicina.
Na Grécia antiga, a medicina era praticada por médicos leigos, chamados filhos de Esculápio.
Os doentes procuravam a ajuda desses médicos nos templos construídos em homenagem ao deus.
O tratamento consistia em um ritual religioso cheio de fórmulas mágicas e mistério, realizado durante vários
dias de jejum e banhos. Culminava com o “sono do templo”.
O jejum ajudava os medicamentos herbais e outros a funcionar. Nos tempos modernos, freqüentemente se
prescreve que os pacientes tomem um remédio de estômago vazio, ou tantas horas antes ou
depois de uma refeição. Após banhar-se e jejuar, o paciente entrava na sala mais sagrada do templo e
deitava-se sobre o couro ensangüentado de um animal sacrificado.
Durante a noite, o médico, representando Esculápio e trazendo consigo a serpente sagrada, acordava-o,
auxiliado por sacerdotisas do templo, o médico interpretava os sonhos do paciente e aconselhava o tratamento
e uma dieta para o dia-a-dia. Se o paciente se recuperasse, muitas vezes pagava sua conta mandando ao
templo uma imagem da parte do corpo que fora curada, tal como os ex-votos deixados nas igrejas por todo
o nordeste brasileiro em agradecimento à ajuda Divina na cura de seus males.
Por volta de 400 a.C. um grego chamado Hipócrates retirou a profissão médica do reino do misticismo
e da religião. Afirmou que a medicina era uma ciência e uma arte. Por isso é chamado de pai da
medicina moderna.
As doutrinas de Hipócrates, contidas na Coleção Hipocrática, dão grande ênfase à dieta, ao estilo de vida,
ao exercício, à luz do sol e à água. Seu principio orientador era o de que o importante é não fazer mal.
Seu famoso juramento, que os estudiosos julgam ser um trabalho de grupo, e não do próprio Hipócrates,
sugere as fortes preocupações humanitárias de vários médicos gregos da época.
Hipócrates acreditava que os quatro elementos – fogo, água, terra e ar – eram representados no corpo
humano pela bile amarela, pela fleuma (catarro), pela bile negra e pelo sangue.
A saúde humana dependia do equilíbrio desses humores ou “sumos cardeais” relacionados com os quatro
temperamentos – a bile amarela ao colérico, a fleuma ao fleumático, o sangue ao sanguíneo e a bile negra á
melancolia.
Quando se perturbava o equilíbrio, o resultado era a doença. A saúde só podia ser restaurada livrando-se
o corpo do excesso de sumos, com sangrias, enemas, diuréticos, laxativos, suor e vômito.
No total, os textos de Hipócrates citam cerca de 300 a 400 plantas medicinais.
Depois de Hipócrates veio Aristóteles, cuja obra inclui uma tentativa de catalogar propriedades de
diferentes ervas medicinais. Menos conhecido é o seu pupilo Teofrasto, cujo tratado Investigação das
Plantas iria influenciar a botânica e a medicina nos séculos subseqüentes.
No primeiro século a.C., a Grécia produziu a precursora de todas as farmacopéias modernas, e o que
se tornou o texto oficial da medicina botânica, De Matéria Médica. Essa obra apresentava centenas de
plantas medicinais. Seu autor foi Dioscorides, um dos últimos gregos antigos a inspirar os futuros criadores
da medicina moderna.


Progressos Romanos


Antes de Dioscorides, Roma iniciara a ascensão de seu poder sobre a Europa e em torno do mar mediterrâneo.
Com a hegemonia romana, surgiram duas das mais importantes medidas de saúde pública: o sistema de esgotos
e de água limpa potável, canalizada por meio de aquedutos.
Quanto à saúde individual, a prática médica no século I a.C. parece incluir sobretudo três métodos: dieta,
medicamentos e cirurgia. As doenças infecciosas eram tratadas com dieta e repouso. Na tradição de
Hipócrates, restauravam-se os “equilíbrios” do corpo com cirurgias, que muitas vezes envolviam um método
de extrair sangue. Junto com esses procedimentos, também se receitavam medicamentos herbais para
corrigir os desequilíbrios. Além de alguns tipos de mel e vinhos, muitos outros medicamentos de origem vegetal
eram também indicados. Incluíam ainda plantas que agiam para limpar o aparelho digestivo.
A História Natural de Plínio foi publicada no século I d.C.. Era a compilação de milhares de tratados gregos
e romanos. Muito do que Plínio anotou acabou sendo incorporado pelo folclore europeu. A História Natural
afirmava e uma proposta, defendida por muitas culturas anteriores e posteriores, de que a natureza é serva
dos seres humanos. Ou seja, as plantas existem para satisfazerem as necessidades das pessoas, e todas as
que não são visivelmente úteis como alimento, roupa e abrigo, podem possuir propriedades medicinais.
Nessa época viveu mais uma importante figura da medicina, Galeno, um médico grego que vivia em
Roma no século II d.C. A fama de Galeno está associada não à flora, mas à fauna de seu tempo e lugar.
Ele revolucionou a medicina fazendo experiências com animais a partir do que se desenvolveu a primeira
teoria médica baseada em experimentações científicas. Embora muitas de suas teorias se revelassem
errôneas, porque supunham que os estudos com animais se aplicavam diretamente aos seres humanos,
seu lugar como fundador da medicina experimental é incontestável.
Seus seguidores eram chamados de ecléticos, porque tratavam a doença com o que supunham que ia dar
certo. Na maioria das vezes, o que funcionava para Galeno eram medicamentos de origem vegetal,
mas seus seguidores também, empregavam poções minerais. Mais tarde, as divergentes teorias da
medicina homeopática (“cura pelo similar”) e alopática (cura pelo “oposto”) surgiriam das doutrinas
de Galeno.


A medicina controlada pela Igreja

De cerca de 400 a 1500 d.C., período que incluiu a Inquisição e as Cruzadas, a Igreja controlou praticamente
todo o conhecimento médico e aspirou ao domínio absoluto em seu campo.
A medicina, como tratamento de doenças humanas, tornou-se uma extensão das doutrinas da Igreja.
Como os males e doenças eram muitas vezes vistas como castigos para o pecado, acreditava-se que podiam
ser curados com preces e arrependimento. Contudo, grande parte do conhecimento médico grego e latino
ainda assim foi preservada pelos estudiosos dos mistérios, que transcreviam documentos antigos.
Embora a Igreja fizesse questão de desacreditar grande parte do progresso dos estudiosos não-cristãos,
suas leis oficiais não chegavam aos jardins de ervas dos mosteiros e dos camponeses. Ali, a fitoterapia
continuou em grande parte impertubada, embora com uma crescente orientação cristã.
Foi nessa época, por exemplo, que muitos dos nomes dados às plantas, acabaram ligados a Jesus,
a Virgem Maria, aos santos e mártires.
Além disso, na última parte do período medieval, a Igreja estimulou dois grandes avanços na medicina.
Um foi o hospital, um sistema de assistência gratuito aos doentes, estabelecido em Bizâncio, por cristãos
caridosos em grande parte como reação aos altos preços cobrados pelos médico greco-romanos.
Os hospitais cristãos seguiam o exemplo dos “depósitos de piedade” fundados no século IV a.C. por Basílio,
o grande, bispo de Cesaréia (hoje Kayseri, na Turquia) para dar assistência e abrigo aos doentes,
basicamente leprosos e viajantes.
A segunda grande contribuição do cristianismo para a medicina foi o estabelecimento das primeiras
escolas universitárias de medicina. Segundo algumas informações, os alunos eram admitidos nessas escolas
sem consideração a credo ou nacionalidade. A famosa escola de medicina de Salermo foi fundada por quatro
homens, conhecidos na tradição como o árabe Adala, o latino Salermo, o grego Pôncio e o Judeu Elinus.


A medicina Árabe e a Alquimia

Fora do mundo cristão, a cultura do Islã estava redescobrindo as obras médicas dos gregos. Traduzindo
essas obras originais para sua língua, os árabes fizeram também muitos aperfeiçoamentos com base em
sua própria experiência.
Rhazes, um médico nascido na Pérsia, em fins do século IX, escreveu um famoso tratado no qual descreve
corretamente pela primeira vez, a varíola e o sarampo. E 100 anos depois, o Islã deu à história o “Príncipe dos
médicos” , Avicena.
Seu Cânone de Medicina contém muitas referências às doutrinas de Galeno e Aristóteles. O Cânone
foi usado como livro didático por toda a Europa até meados do século XVII, e estudado no Oriente
até hoje. Avicena descreveu a meningite, o tétano e inúmeras outras doenças.
O Islã criou hospitais seculares, formalizou o ensino médico começou a exigir exame e licenciamento
de todos os médicos. Um médico e filósofo judeu que praticava no Cairo no século XII, Maimônides
(ou Moisés ben Maimon), fez parte desta tradição. Seus princípios de ética médica e seus aforismos
são citados até hoje.
Também por intermédio dos árabes criou-se a peculiar mistura de filosofia e química, conhecida
como Alquimia, cujas origens, em regiões do mundo extremamente distantes entre si, como a China e a
antiga Alexandria, ainda não são plenamente conhecidas. Apesar de seu véu de segredo, a Alquimia já
se encontrava
bem estabelecida na Europa no século XIII. Seu objetivo era usar o laboratório para penetrar nos
segredos do universo e da natureza.
A era de ouro da medicina árabe acabou com a invasão dos mongóis no século XIII. A escola de Salermo
começou a decair, mas uma em Montpellier, na França, e outra em Paris, floresciam. Enquanto isso,
talvez a mais famosa de todas as escolas de medicina era fundada na Universidade de Bolonha, na Itália.
O primeiro alvorecer do Renascimento começava a iluminar o céu europeu, e a medicina, a libertar-se das
restrições da Igreja.


O Renascimento


No anfiteatro da Universidade de Bolonha no fim do século XIII, faziam-se dissecações de cadáveres
humanos. Foi o início dos estudos realmente científicos do corpo humano feito pelos médicos. Mas um
pintor, e não um médico, que um século mais tarde iria revolucionar o estudo da anatomia.
O grande Leonardo da Vinci, orientado pelo desejo de saber mais sobre a estrutura do corpo humano,
fez muitas dissecações. O resultado foi um dos maiores tesouros artísticos e científicos – mais de 750
desenhos que ilustravam com precisão a anatomia humana. As obras de Leonardo foram seguidas pelas de
Andréas Vesalius, médico que ensinava na Universidade de Pádua. As dissecações de Vesalius resultaram
no primeiro texto científico de anatomia. Do Tecido do Corpo Humano, publicado em 1543. Tornou-se a base
dos modernos estudos anatômicos, corrigindo e superando a maior parte da obra de Galeno. As obras
de Leonardo e Vesalius de fato transformaram o campo da cirurgia. Na vanguarda dessa transformação
estava um médico do exército francês do século XVI, Ambroise Paré, considerado o pai da cirurgia moderna.
A fitoterapia também teve uma espécie de renascimento com as novas edições da obra de Dioscorides, mais
notadamente as de 1544 e 1554, por Pietro Maltioli (as vezes chamado Mattheolus).


As influentes Idéias de Paracelso


Mais uma figura notável do renascimento iria influenciar a filosofia básica da medicina durante os séculos
seguintes: Theophrastus Bombastus von Hohenheim, mais conhecido como Paracelso.
Paracelso é tido por muitos como o pai da farmacologia química. Foi o primeiro a defender a importância
da química na preparação dos medicamentos.


Rumo à Medicina Moderna


A curiosidade científica despertada durante o Renascimento foi aos poucos aumentando o conhecimento
que as pessoas tinham de si mesmas, Em princípios do século XVII Willian Harvey apresentou a primeira
explicação verdadeira de como o sangue circula. A criação do microscópio, em fins do mesmo século,
pelo cientista holandês Anton von Leeuwenhoek, tornou possível o estudo dos microorganismos. Cerca de
cem anos depois, em 1796, o médico inglês Edward Jenner usou a varíola para imunizar um menino
contra essa doença, criando assim a ciência da imunologia.
O ritmo das descobertas médicas acelerou de maneira impressionante no século XIX. Os microorganismos
patogênicos foram descobertos por Louis Pasteur e Robert Kock. Introduziu-se a cirurgia asséptica,
graças a Ignaz Semelweis, o primeiro a acentuar a necessidade de limpeza no parto e Joseph Lister, que
estabeleceu de fato a ligação entre limpeza e ausência de germes.
Na década de 1840, William T. Morton, um dentista, demonstrou o valor do éter como um anestésico
relativamente seguro, tornando com isso mais fáceis e menos arriscadas as cirurgias difíceis. Em 1895,
Willian Roentgen comunicou a descoberta daquilo que ia tornar-se um dos mais valiosos instrumentos de
diagnóstico na ciência médica - o raio x.
Três anos depois, 1898 Marie e Pierre Curie descobriram o elemento radioativo rádio, empregado no
tratamento da câncer e de outras doenças.


A persistência da medicina fitoterápica


Paralelamente à súbita explosão de descobertas científicas e tecnológicas, a história das plantas como
medicamentos continuou desenvolvendo-se discreta e independentemente. Ricas tradições remontam
a muito longe nas culturas oriental e ocidental. No século VIII, por exemplo, o Imperador Carlos Magno
ordenou que se cultivasse um grupo de ervas em seus domínios. Entre essas plantas estava a alcachofra-
dos-telhados, plantada nos telhados como proteção contra raios (uma tradição ainda praticada em alguma
s regiões), assim como rosas e lírios.


Os Grandes Herbários da Europa


Na Grã-Bretanha, depois da invasão das tribos germânicas no século V, os textos médicos eram em geral
traduções anglo-saxônicas de manuscritos latinos chamados de Leech books (livros médicos). Eram
essencialmente livros sobre ervas e suas aplicações medicinais chamados de herbários. O nome leech deriva
de laece, palavra do inglês arcáico que significava médico. Um desses herbários mais antigos é o Bald’s
Leechbook (Bald era o nome do primeiro dono do manuscrito) escrito no século X.
A obra combina o conhecimento sobre plantas da antiga Grã-Bretanha com receitas do Oriente. Estas
últimas tinham sido mandadas pelo Patriarca de Jerusalém a Alfredo o Grande, rei dos saxões ocidentais,
no fim do século IX.
Na Grã-Bretanha, os fitoterapeutas dessa época conheciam mais de 500 plantas medicinais. O uso
dessas plantas na cura, registrado por Bald, estava muito intimamente relacionado com os mitos e as
supertições dos ritos pagãos.
Contudo não foram instituições pagãs, mas mosteiros cristãos os repositórios de conhecimento médico
durante a Idade Média e esse conhecimento abrangia plantas medicinais e seus usos. No século XII,
Hildegard de Bingen, uma abadessa alemã, compilou um Livro de Ervas Curativas. Essa obra descrevia
uma ampla gama de plantas e suas aplicações na cura, além de origem e do tratamento de várias doenças.
Quando a era dos descobrimentos começou a ampliar os horizontes geográficos europeus, era inevitável que
também se expandisse o conhecimento científico deles. Viajantes que iam a terras distantes descobriam
civilizações diferentes, cada uma com seus costumes e práticas , que incluíam a medicina baseada em plantas
locais. Junto com outros tesouros, os exploradores traziam amostras de espécies de plantas nativas. Mais
tarde, quando os colonizadores se instalaram nas novas terras, a troca de amostras vegetais entre continentes
tornou-se, por algum tempo, um comércio florescente.
O grande influxo de plantas jamais vistas despertou um tremendo fascínio pela botânica. Um dos resultados
foi a “era de ouro dos herbários”. Os mais famosos herbários em língua inglesa foram publicados na Grã-
Bretanha nos séculos XV, XVI e XVII. O Grete Herball (Grande Herbário) foi publicado anonimamente em
1526, seguindo, em meados do século XVI, por um herbário escrito por Willian Turner,considerado o pai
da botânica inglesa.
Em 1597, John Gerard publicou o Herball or General Histoire of Plantes (Herbário ou História Geral
das Plantas). Baseava-se, em grande parte, na rtaduçào de um livro escrito por Rembert Dodoens, um
botânico que vivia na região que hoje é a Bélgica.
À obra de Dodoens , Gerard acrescentou suas próprias observações sobre plantas conhecidas. Médico
e boticário (preparador e fornecedor de remédio, precursor do farmacêutico de hoje), Gerard tinha seu
próprio Jardim de Ervas medicinais em Londres.


O Bondoso e Polêmico Culpeper

Talvez o mais famoso de todos os herbários tenha sido The English Physician (O médico Inglês), escrito por
Nicholas Culpeper e publicado em 1653. Em 1649 fora publicado a tradução do latim, feita por Culpeper, da
Pharmacopeia do Colégio de Médicos. Esses livros eram extremamente polêmicos e desempenharam um
grande papel no último cisma que surgiu entre a medicina formal e a prática da fitoterapia. Parte da culpa
por isso cabe ao fato de que Culpeper acreditava em astrologia, o que o levou a escrever que os planetas
governam as doenças e as plantas usadas para tratá-las. Mas a polêmica que provocou pode ser atribuída
em parte ao egoísmo e ao dogmatismo tacanho do establishment médico da época.
Nicholas Culpeper estudava medicina em Cambridge quando sua noiva morreu numa tempestade.
Evidentemente arrasado pela tragédia, ele desistiu dos estudos, em vez disso tornou-se aprendiz de
boticário. Acabou estabelecendo-se perto de Londres. Ficou impressionado e bastante triste com as
agruras dos trabalhadores que via a sua volta. Para ajudar essas pessoas começou a vender-lhes barato os
remédios à base de plantas que preparava.
Na Londres de Culpeper, as restrições que determinavam quem podia e quem não podia tratar doenças
não eram nem de perto semelhantes às de hoje! Médicos que tinham tido educação formal nas escolas de
medicina das Universidades praticavam lado a lado com outros médicos práticos, incluindo boticários e
alquimistas, além de todo tipo de charlatão.
Quanto aos remédios feitos com plantas, eles ainda compunham a maior parte dos medicamentos e
drogas relacionados nas farmacopéias da época. Contudo, a moda médica mudava, tendendo para o uso dos
medicamentos não-botânicos incluindo os metálicos, alguns deles já experimentados, em várias épocas
desde a Antiguidade.


O Grande Comércio de Plantas


Os primeiros colonos da América do Norte logo descobriram que muitas das plantas que eles não conheciam
e eram recomendadas por seus herbários não podiam ser encontradas na nova pátria. Em conseqüência
desenvolveu-se
um negócio de importação de sementes e plantas da Europa. Muitas dessas importações
acabaram se aclimatando e terminaram por se naturalizar.
Essa migração de plantas não foi unilateral pois os botânicos estavam ávidos por expandir seus
conhecimentos. A medida que os exploradores e colonos descobriam novas plantas nas colônias, suas
amostras eram enviadas para a Europa.


Cisma: Acadêmicos versus Curandeiros


O período compreendido entre o alvorecer do renascimento até os tempos modernos foi de acaloradas
disputas na medicina. O estabelecimento de escolas de medicina e de um sistema de educação médica formal,
combinado a uma compreensão cada vez mais precisa de fisiologia humana, fazia com que a prática da
medicina passasse de arte a ciência e profissão. Mas muito antes de completar-se essa metamorfose,
abriu-se um cisma entre os novos médicos, de formação acadêmica, e os curandeiros tradicionais. Os
estudiosos de hoje são capazes de reconhecer proposições certas e erradas nos dois lados desse conflito,
que durou até o século XX.


Moderados Versus Extremistas


Uma ferrenha batalha se travava, dentro da prática da medicina acadêmica. De uma lado estavam os
galênicos, que aderiram a prática da medicina botânica estabelecida por Galeno, nos tempos antigos.
Do outro, os paracelsistas, que pareciam ter chegado a uma compreensão mais ou menos seletiva dos
pronunciamentos de Paracelso. Esses paracelsistas mais recentes achavam que as plantas medicinais eram
em geral inferiores à medicina mais forte dos produtos químicos não-botânicos, muitas vezes ministrados em
doses que teriam horrorizado Paracelso. Para fazer-lhes justiça, estavam inteiramente dispostos a ministrar
remédios fitoterápicos, desde que sua ação fosse suficientemente forte.


Surge Lineu

Faziam-se tentativas eruditas – obra sobretudo do médico inglês Thomas Sydenham no século XVII de
catalogar e classificar as doenças. Porém, entre os que contribuíram para a ciência de nosologia como é
chamada, estava o médico e naturalista sueco Carolus Linnaeus, geralmente conhecido como Lineu, que
já criara um sistema para classificar as plantas segundo o modo de reprodução.
Em seu Systema Naturae ele dividiu as plantas em 24 classes, a maioria segundo o número de estames
(partes reprodutivas masculinas) que cada uma possuía. Cada classe era então dividida em ordens, segundo
o número de pistilos (partes femininas), depois em gênero, baseados na maneira como funcionavam os
estames e pistilos e finalmente em espécies. Assim uma planta com a designação Anchusa officinales L.
seria a espécie officinales do gênero Anchusa segundo a classificação de Lineu (L.)
O Systema Natural ampliava esse sistema de classificação também para os animais, e, embora nem sempre
fosse preciso, estabeleceu a base, da moderna taxonomia, a ciência da classificação.
Lineu fez com que a botânica desse um passo gigantesco em direção à ciência moderna, ao mesmo tempo,
outros levavam a medicina na mesma direção. Contudo, em alguns aspectos, o cisma entre a medicina e
a botânica jamais foi tão profundo quanto nos séculos XVIII e XIX.


Antigos tratamentos aborígines


Na Austrália, os aborígines praticavam uma forma de medicina mais suave, baseada em ervas e cascas
de árvores, alguns tipos de terra e massagens, além de ritos e fórmulas mágicas. Cada tribo tinha sua própria
farmacopéia, e por toda a Austrália conhecia-se várias centenas de ervas, arbustos e árvores medicinais.
Às vezes, o paciente dormia sobre o travesseiro feito de folhas perfumadas. As cascas de árvores eram
encharcadas de água para fazer uma solução adstringente que aliviava as feridas e a diarréia. As tribos do
deserto misturavam ervas piladas com gordura animal para fazer ungüentos curativos. Outros tipos de remédio
incluíam sementes piladas ou frutos esfregados sobre membros machucados, e aplicava-se carvão de
madeira muito fino como talco.
A maioria dos remédios era de uso externo, de modo que havia pouco risco de se prejudicar o paciente
com doses excessivas.


Remédios da Colônia Australiana


Nas colônias pioneiras da Austrália do século XIX, havia poucos remédios e os colonos eram obrigados
a tratar suas próprias doenças.
Muitas ervas européias começavam a aparecer na Austrália após a colonização feita pelos europeus, incluindo
as de fama medicinal, usadas de bom grado como remédios.
Uma das crenças coloniais, talvez aprendida com os aborígines, era a idéia de que os iguanas (e portanto
as pessoas) mordidas por cobras podiam curar-se comendo ervas-especiais. Várias plantas da Austrália
colonial eram louvadas como cura para mordida de cobra, sob a dúbia alegação que se tinham visto alguns
iguanas fazerem isso.


A influência Maori


Os primeiros colonos britânicos na Nova Zelândia vinham de um país onde a medicina se tornava cada
vez mais científica. Médicos e farmacêuticos tinham critérios bastante definidos para admissão na profissão,
exames pelos quais tinham de passar e padrões de prática a manter. A indústria farmacêutica, porém ainda
encontrava-se apenas em sua infância. A maioria dos remédios derivava de plantas, em geral sob a forma de
extratos com base em água ou álcool, de modo que os primeiros colonos da Nova Zelândia estavam
acostumados a usar preparados botânicos para alívio de suas doenças. Muitos imigrantes europeus levaram
sementes para suas novas terras na Nova Zelândia, mas até que essas plantas crescessem e florescessem,
não havia qualquer acesso imediato aos remédios que haviam deixado para trás. Parecia provável que as
plantas nativas fornecessem substitutos úteis.
Os médicos europeus observavam e muitas vezes simplificavam os remédios feitos pelos Maoris (povo de raça
polinésia que vivia na Nova Zelândia antes da chegada dos Europeus). Maoris e Europeus costumavam
usar emplastros de várias plantas como tratamento para problemas internos e vários males da pele.


A Medicina torna-se Ciência


Embora imensos focos de ignorância, egoísmo dogmático e charlatanismo continuassem a existir, a maior
parte da medicina já entrara em seu período moderno no início do século XX. A invenção do microscópio, a
teoria do germe na doença, o uso do raio-x para diagnóstico e muitos outros avanços tecnológicos trouxeram
uma verdadeira compreensão de como funciona o corpo, o que são as doenças e quais as suas origens.
Os químicos aprenderam, primeiro a isolar substâncias ativas nas plantas, e em seguida, a criar esses
produtos químicos em laboratório.
Surgiu uma verdadeira ciência da farmácia, dedicada a compreensão de como as drogas atuam e porque
o corpo reage a elas de determinadas maneiras.


Nascimento da Química Farmacêutica


Os dias do mercúrio e do antimônio eram coisas do passado. O mesmo destino, pelo menos foi o que
pareceu nos primeiros tempos de glória da química farmacêutica, chegaria para os remédios botânicos.
Por volta de 1805, Friedrich Sertürner isolara a substância anestésica da papoula, a morfina, um tipo de
alcalóide. Em breve sua técnica estava sendo usada para isolar substâncias ativas em outras plantas.
Desses primórdios surgiu uma indústria farmacêutica que não apenas podia isolar os constituintes básicos
de drogas naturais, mas ser capaz de sintetizar novas substâncias em laboratórios e fornecê-las aos
médicos em doses estáveis, padronizadas.


A Medicina Fitoterápica Hoje


No Brasil, como em muitas outras partes do mundo, a medicina fitoterápica é praticada também por
curandeiros populares – para os quais a prática da fitoterapia é parte integral da cultura tradicional – quanto
por fitoterapeutas profissionais.
Os que praticavam a medicina popular em geral não têm uma educação formal em medicina, e muitas vezes
não existem textos escritos para seu campo específico. O fitoterapeuta profissional teve treinamento formal
em medicina, além de uma especialização em fitoterapia, e realiza a prática profissional de um clínico geral.
A fitoterapia desenvolveu-se muito no país até a metade do século XX, com grande número de médicos e
farmacêuticos dedicados ao estudo e à utilização dos vastos recursos da nossa flora, além de contar com vários
laboratórios especializados trabalhando na produção de fitoterápicos (medicamentos feitos exclusivamente
com plantas medicinais). Com o advento da química moderna, laboratórios estrangeiros que detinham essa
tecnologia passaram a comandar o mercado, inclusive absorvendo a maior parte dos laboratórios nacionais
e substituindo a produção de fitoterápicos por medicamentos alopáticos.
Nas duas últimas décadas remexeu o interesse pelas plantas medicinais e hoje é grande a procura por novos
medicamentos que atuem como uma opção terapêutica eficaz, de baixo custo e menores efeitos colaterais.
Atualmente, a fitoterapia é uma prática e um campo de estudos multidisciplinar, envolvendo médicos, químicos,
biólogos, botânicos, farmacêuticos e até antropólogos, que buscam ampliar os conhecimentos acerca da grande
diversidade de nossa flora. Embora a fitoterapia ainda seja olhada com desconfiança por muitos cientistas,
é cada vez maior o número de centros de pesquisas direcionados para essa área nas universidades brasileiras.
Além disso, muitos laboratórios já se interessam por tais pesquisas, financiando-as e apoiando encontros
multidisciplinares como o Simpósio de Plantas Medicinais que se realiza a cada dois anos em uma
universidade do país.
Ao mesmo tempo, milhares de lojas de alimentos naturais e farmácias locais vendem legalmente remédios
feitos com plantas para distúrbios de menor gravidade e alívio de sintomas.
Recentemente, as autoridades governamentais ligadas à saúde pública têm apertado o cerco junto aos
laboratórios que produzem tais medicamentos no sentido de que eles contenham em seus rótulos e embalagens
informações corretas. Essa tem sido também uma cobrança dos próprios profissionais de saúde ligados à
fitoterapia, no sentido de estabelecer uma distinção entre os estudos realmente sérios e algumas panacéias
de origem duvidosa. Esses fatores conjugados têm funcionado como estímulo às pesquisas, pois os laboratórios
por serem diretamente interessados, têm ampliado seus apoios financeiros aos estudos relacionados com as
propriedades medicinais das plantas.
Nos últimos anos, a medicina popular também tem atraído a atenção de acadêmicos e cientistas, pois até hoje
o potencial de cura da flora brasileira não foi muito aproveitado. Nesse sentido, plantas medicinais tradicionais
são agora estudadas, e seus usos passaram a ser mais bem documentados.
O clínico geral profissional de fitoterapia costuma utilizá-la como parte do uso corriqueiro de medicina
complementar, que inclui homeopatia, massagem, acupuntura e nutrição. Alguns especialistas em fitoterapia -
um grupo menor – empregam apenas ervas e educação dietética em suas clínicas.
Os fitoterapeutas profissionais do Brasil combinam o saber tradicional com o conhecimento médico moderno.
Pesquisas científicas recentes muitas vezes confirmaram os usos tradicionais de determinada erva, e
descobriram novas aplicações. Em seu trabalho clínico, os fitoterapeutas usam técnicas de diagnóstico
semelhantes às usadas pelos médicos, e segundo sua avaliação, uma receita contendo geralmente de quatro
a dez ervas. Normalmente as ervas são aplicadas sob forma líquida, como extratos, e a receita pode ser
revista e adaptada com a continuação do tratamento. A prática profissional da fitoterapia é adequada
sobretudo ao tratamento de males crônicos, como enxaquecas, artrites, problemas de pele, síndrome
pré-menstrual e outros distúrbios funcionais femininos. O tratamento às vezes é demorado, levando muitos
meses, mas em geral é acompanhando por uma sensação cada vez maior de bem estar.
Nos últimos vinte anos, o estudo científico das propriedades das plantas aumentou tremendamente, e
o futuro sem dúvida vai revelar propriedades terapêuticas das plantas até então desconhecidas.


Os clínicos gerais da Fitoterapia nos Estados Unidos


Nas áreas rurais de Ozark Mountains, no Missouri, muitas pessoas são, ainda hoje, espécies de curandeiros.
Nos jardins e florestas de Ozark proliferam ervas usadas há tanto tempo quanto se possa recuar a memória.
As pessoas preparam seus próprios remédios para uso doméstico, e fazem chás de ervas para vender em lojas.
Os médicos alopatas locais de vez em quando receitam remédios de plantas, com a advertência de que primeiro
deve ser feito o diagnóstico correto, senão o potencial curandeiro pode usar a erva inadequada para tratar da
doença. Na verdade, isso pode ser um erro fatal também em outros aspectos, pois muitas plantas são
venenosas, e mesmo a mais segura pode ser inútil se não for usada corretamente.
Os fitoterapeutas de Ozark utilizam inúmeras ervas para diversos males.
No Arizona, os índios papago em geral usam uma técnica coletiva para tratar as doenças. O encarregado da
diagnose fala com o paciente sobre sua doença, depois canta e medita até que o diagnóstico lhe seja revelado.
O outro membro da equipe médica é um cantor que, além cantar, receita o remédio recomendado por aquele
que pronunciou o diagnóstico. Um herbário receita remédios de plantas se os dois primeiros não curarem o
paciente.
Na Medicina Herbal Chinesa, a antiga tradição da China de usar ervas para curar convive lado a lado
com a medicina ocidental. Estimula-se a prática da medicina “tradicional” e os paramédicos que trabalham em
muitas áreas rurais são treinados segundo seus métodos.
Em se tratando da Riqueza das Ervas da América Latina algumas das mais poderosas drogas modernas
vieram das plantas das Américas Central e do Sul.

O Futuro

Parece ainda haver muito a aprender com os costumes populares relacionados não apenas com plantas
medicinais mas também com novos aspectos de manutenção de saúde e do tratamento de indisposições e
doenças. Nos campos escoceses, as velhas dizem que quando se tinha um bebê amarelo, devia-se pô-lo junto
à janela, para que o sol batesse nele. Hoje é uma pratica hospitalar comum colocar esses bebês à luz artificial
de lâmpadas especiais. Eles têm uma doença potencialmente perigosa chamada bilirrubinemia, que envolve o
excesso de uma substância química, a bilirrubina, a qual produz em sua pele um tom vermelho-alaranjado. As
lâmpadas do hospital decompõem o excesso de bilirrubina do mesmo modo como fazia o sol sobre os bebês
escoceses.
E há centenas de anos, povos da Ásia e Europa arrancavam uma casquinha de ferida de uma vítima de rubéola
e esfregavam no arranhão de uma pessoa sã. O folclore determinava que isso traria a resistência à doença:
meio rude, talvez arriscada, mas mesmo assim uma forma de vacinação. A vacinação iniciou uma revolução
médica que descobriu tratamentos e curas, proporcionando a dezenas de milhões de seres humanos vidas mais
longas, saudáveis e felizes. Depois da vacinação vieram os antibióticos e uma multidão de outras drogas
maravilhosas. Mas agora que botânicos e médicos (e também farmacêuticos) estão afinal trabalhando juntos,
segundo as diretrizes da ciência moderna, é muito possível que maiores descobertas médicas ocorram mais
rapidamente.
As plantas podem contribuir para outro tipo de revolução médica que venha a favorecer os quatro bilhões de
habitantes do mundo que dependem basicamente da medicina popular para manter a saúde. Cientistas que têm
feito pesquisas com plantas empregadas na produção de medicamentos indicavam que os países em
desenvolvimento podem “cultivar seus próprios medicamentos” com suas plantas nativas e espécies
trazidas de outras terras.


O Futuro


Parece ainda haver muito a aprender com os costumes populares relacionados não apenas com plantas
medicinais mas também com novos aspectos de manutenção de saúde e do tratamento de indisposições e
doenças. Nos campos escoceses, as velhas dizem que quando se tinha um bebê amarelo, devia-se pô-lo junto
à janela, para que o sol batesse nele. Hoje é uma pratica hospitalar comum colocar esses bebês à luz artificial
de lâmpadas especiais. Eles têm uma doença potencialmente perigosa chamada bilirrubinemia, que envolve o
excesso de uma substância química, a bilirrubina, a qual produz em sua pele um tom vermelho-alaranjado. As
lâmpadas do hospital decompõem o excesso de bilirrubina do mesmo modo como fazia o sol sobre os bebês
escoceses.
E há centenas de anos, povos da Ásia e Europa arrancavam uma casquinha de ferida de uma vítima de rubéola
e esfregavam no arranhão de uma pessoa sã. O folclore determinava que isso traria a resistência à doença:
meio rude, talvez arriscada, mas mesmo assim uma forma de vacinação. A vacinação iniciou uma revolução
médica que descobriu tratamentos e curas, proporcionando a dezenas de milhões de seres humanos vidas mais
longas, saudáveis e felizes. Depois da vacinação vieram os antibióticos e uma multidão de outras drogas
maravilhosas. Mas agora que botânicos e médicos (e também farmacêuticos) estão afinal trabalhando juntos,
segundo as diretrizes da ciência moderna, é muito possível que maiores descobertas médicas ocorram mais
rapidamente.
As plantas podem contribuir para outro tipo de revolução médica que venha a favorecer os quatro bilhões de
habitantes do mundo que dependem basicamente da medicina popular para manter a saúde. Cientistas que têm
feito pesquisas com plantas empregadas na produção de medicamentos indicavam que os países em
desenvolvimento podem “cultivar seus próprios medicamentos” com suas plantas nativas e espécies
trazidas de outras terras.



Origem, Distribuição, Curiosidades

“É originária da Europa” (Panizza, Sylvio, 1997), sendo muito comum em Portugal, França, Itália e Japão.
Naturalizada na América do Sul. De acordo com Herbal Matéria Médica, cresce na Europa, parte da Ásia,
América do Norte, cultivada no Japão. Nasce espontaneamente até a Argentina e está bem aclimatada no
Brasil. Fala-se que esta espécie pode ser plantada em todo lugar, reproduzindo-se através de sementes.
De acordo com Boorhem, Dr. Roberto Leal et al (1999), a bardana, com seus enormes capítulos pedunculados,
servem de projéteis para as brincadeiras de crianças dos meios rurais europeus.
Seu nome genérico deriva do grego arctos, urso e o nome da espécie do grego lambanô, “eu tomo”.
O nome completo evoca assim seu aspecto hirsuto.
Segundo alguns é uma erva daninha, segundo outros, uma verdura com sabor de barba de bode
(Tragopogon pretensis L.).


O domínio dos Astros (Bontempo, Márcio, 1992)


Para a tradição alquímica, os corpos celestes exercem influência direta sobre as plantas do nosso planeta,
dotando-as de características e virtudes específicas.
Os mestres alquimistas relacionavam as diversas propriedades das plantas, seus perigos e seus poderes
curativos, às influências recebidas dos astros principalmente da Lua. Segundo esses conhecimentos antigos,
plantas diferentes colhidas numa mesma estação, num determinado horário, ou seja, sob a influência
astrológica, são capazes de produzir efeitos específicos peculiares. Por outro lado, uma mesma planta colhida
em momentos diferentes pode determinar efeitos completamente distintos
Infelizmente, foram poucos os manuscritos e tratados de alquimia que resistiram ao tempo e à sanha
destrutiva do fanatismo religioso, cujos seguidores consideravam perigosíssimos os praticantes dessa arte.
É preciso observar também, que a alquimia medieval sempre foi uma ciência secreta, ensinada apenas a
poucos iniciados, já que pessoas despreparadas poderiam fazer mau uso do poder que tais conhecimentos
encerravam.
Em sua forma mais rigorosa, abrangem os princípio e técnicas da botânica e farmacologia. Embora muitas
pessoas ignorem a importância das plantas medicinais, sabe-se que toda a farmacologia tem como base
exatamente os princípios ativos das plantas. Na verdade a farmacologia moderna não existiria sem a botânica,
a toxicologia e a herança de conhecimentos adquiridos através de séculos de prática médica ligada ao
emprego dos vegetais.
Apesar do avanço da tecnologia, que diariamente cria novos compostos e substâncias sintéticas com
poderes medicinais, mais de 40% de toda a matéria-prima dos remédios encontrados hoje nas farmácias
continua sendo de origem vegetal.


Os Sete Reinos da Natureza


Segundo informações contidas nos mais antigos tratados de medicina, a fitoterapia acompanhou as mais
diversas técnicas médicas de todos os tempos. Os livros hindus dedicados ao conhecimentos da origem do
cosmos e do homem (cosmogênese e antropogênese) respectivamente apontam os vegetais como parte
importante dos chamados Sete Reinos da Natureza.
De acordo com a ciência ocidental, existem apenas três reinos, o Mineral, o Vegetal e o Animal, e o homem
pertence a este último. Para os estudiosos das ciências mais profundas, no entanto, o homem faz parte de um
quarto reino, o Reino Hominal, uma vez que se diferencia dos animais por ser portador de uma mente capaz
de raciocinar.
Essa posição coincide com o conceito da sabedoria védica, cujos textos sagrados admitem a existência de sete
reinos, e não apenas quatro: o Mineral, o Vegetal, o Animal, o Hominal, o Angelical, o Arcangelical e o Deífico.
Os reinos Angelical, Arcangelical e Deífico são de difícil entendimento para a razão humana comum, pois
representam estágios ainda não alcançados na evolução. De acordo com a sabedoria sagrada, esses reinos
ainda estão em fase de estruturação e são alimentados pelos atos mais nobres, pelos sentimentos e pelas
vibrações de amor e devoção do homem à Ordem do Universo. Tais dimensões serão devidamente atingidas
um dia, quando a consciência humana conseguir transcender suas limitações e seus condicionamentos.
Os sete reinos, no entanto, constituem na verdade um só, cuja síntese resume o próprio universo material e
imaterial. São interdependentes e evolutivos. Um vegetal, por exemplo, apresenta elementos minerais na sua
estrutura, e deles depende para viver. O animal por sua vez, tem elementos vegetais e minerais, enquanto o
homem possui elementos minerais, compostos vegetais (clorofila) e elementos animais (corpo, músculos, sangue,
etc.).
Tudo isso nos faz compreender melhor o papel dos minerais e dos vegetais na correção de desarranjos ou
desarmonias nos reinos mais superiores, eles são, enfim, a base de sustentação de todo o fenômeno cósmico da
evolução. Os vegetais são mais importantes que os minerais, pois já os contêm em sua estrutura.
Apesar de existirem muitos remédios de origem mineral, animal e hominal, eles são bem mais escassos que os
provenientes das plantas.
A classificação alquímica da planta apresentada à seguir, como foi a classificação alquímica de todas as plantas
enriquece a abordagem fitoterápica moderna, trazendo mais elementos para o entendimento do assunto.
Resulta das observações de antigos mestres e dos escritos dos alquimistas como Paracelso, Agrippa, Pappus,
Eliphas Levy, Averróis e Avicena, e obedece à caracterização das diferentes plantas segundo seus astros
governadores: o Sol, a Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.
A Bardana está classificada segundo os alquimistas nas plantas de Vênus.
Eis a descrição das plantas de Vênus:
Pequenas, com flores vistosas e róseas, as plantas governadas por Vênus são perfumadas e tem virtudes
afrodisíacas. Produzem frutos doces e sementes abundantes.
Bardana – o chá das folhas é desintoxicante e depurativo, útil no tratamento da sífilis, da gota, do excesso de
ácido úrico e das úlceras da pele. Segundo a tradição alquímica, as folhas secas pulverizadas curam úlceras antigas.
A raiz da bardana é um alimento muito nutritivo e se for colhida na Lua nova é um bom recurso contra dor de
dentes, aplicada em massagens locais
.


O magnetismo da Lua


Não são apenas as marés, o clima e a fertilidade da mulher que sofrem a influência da Lua. Quem lida com
plantas sabe o quanto é fundamental considerar os ciclos lunares.
Segundo a tradição da alquimia, as plantas medicinais devem ser colhidas na fase mais adequada do ciclo lunar.
Se a influência desse astro sobre as ervas for ignorada, sérios danos ao organismo podem ser provocados.

Lua nova Este é o período em que as plantas renovam suas propriedades e seu principio ativo. Boa fase
para colher tanto plantas cuja ação exerce efeitos psíquicos, como as que são aplicadas nos casos de feridas
externas, purulentas,
em úlceras ou cortes com hemorragia.
Quarto crescente – Nesta fase, as propriedades e o princípio ativo estão se elevando. É um momento adequado
para a colheita das plantas que serão usadas nos casos de anemia, fraqueza, na convalescença, no pós-parto
e nas doenças terminais.


Lua Cheia – Nesta fase, o principio ativo ou mineral das plantas atinge sua maior concentração. É um
período excelente para a colheita, quando se quer obter preparados de ação muito potente.


Bontempo, Márcio, nos diz como já fora evidenciado sobre a
Fitoterapia;
A cura através das plantas


Esquecidos durante muito tempo pelos ocidentais, as ervas medicinais hoje reassumem seu papel como o
mais valioso recurso terapêutico oferecido pela natureza.
A fitoterapia consiste no conjunto das técnicas de utilização dos vegetais no tratamento das doenças e
recuperação da saúde. Comporta numerosas escolas que estudam e empregam as plantas medicinais, das
mais simples e empíricas, à científicas e experimentais. Como método terapêutico a fitoterapia faz parte dos
recursos da medicina natural e também está presente na tradição da medicina popular e nos rituais de cura
indígena. Em sua forma mais rigorosa, abrange os princípios e as técnicas da botânica e de farmacologia.
Embora muitas pessoas ignorem a importância dessas plantas medicinais, sabe-se que toda a farmacologia
tem como base exatamente os princípios ativos das plantas. Na verdade, a farmacologia moderna não existiria
sem a botânica, a toxicologia e a herança de conhecimentos adquiridos através de séculos de prática médica
ligada ao emprego dos vegetais.
Apesar do avanço da tecnologia, que diariamente cria novos compostos e substâncias sintéticas com poderes
medicinais, mais de 40% de toda a matéria-prima dos remédios encontrados hoje nas farmácias continua sendo
de origem vegetal.

Princípio ativo: o poder das plantas

Para utilizar uma erva medicinal, é necessário extrair dela sua força curativa, ou princípio ativo. Existem
várias maneiras de manipular as plantas para obter o que a fitoterapia denomina o produto oficinal, ou seja,
a erva em sua forma mais adequada ao uso desejado.



Segundo Teske, M. et al (1995)


Preparações fitoterápicas


Para alcançar sua ação medicinal, uma planta deve ser tratada de tal forma que se obtenha produtos derivados
com ação específica.
Com uma mesma planta ou com a mesma parte da planta pode-se preparar diversos derivados, levando-se
em consideração:

- o modo de preparação;
- as propriedades físicas;
- o aspecto;
- as características organolépticas;
- a concentração dos princípios ativos;
- as propriedades farmacológicas;
- sua finalidade.

As diferentes formas de apresentação dos derivados dessas plantas medicinais podem classificar-se da
seguinte forma:

a-) Produtos obtidos por tratamentos mecânicos:
- plantas empregadas in natura
- pós vegetais
- polpas
- Produtos líquidos obtidos por expressão (suco fresco da planta)
b-) Produtos obtidos por ação do calor:
- por destilação
- óleos essenciais
- águas destiladas
- alcoolatos
c-) Produtos obtidos utilizando a ação de um solvente
- álcool : alcoóleos - tinturas
- tinturas mães
- alcoolaturas
- suco fresco da planta
- água: hidróleos – tisanas – infusos e decocto
- solução açucarada: sacaróleos: xaropes e melitos
- solventes diversos: - vinhos
- cervejas
- vinagres
- óleos
- propilenoglicol
- glicerina

d-) Produtos obtidos por concentração das soluções extrativas:

- extratos fluídos
- extratos moles
- extratos secos


Pós Vegetais


Os vegetais na forma de pó possuem uma grande aplicação no arsenal terapêutico podendo ser incorporados
facilmente às formas galênicas secas como cápsulas e comprimidos.
Possuem também grande importância como matéria-prima para a preparação de outras formas galênicas.
Após a eliminação dos corpos estranhos e das partes inertes as ervas devem ser secas a uma temperatura de
25ºC a 45ºC.
As ervas são trituradas em moinhos de diversos modelos e peneiradas, tendo então sua granulometria
padronizada. Sendo todas estas operações realizadas de maneira correta, não haverão diferenças notáveis
nas diversas partes da erva, mesmo apresentando texturas diferentes.
As vantagens de utilizar os vegetais na forma de pó são diversas, como: administração de drogas
relativamente seguras, ajuste ou eventual concentração do princípio ativo, manipulação simples, possibilitando
misturas
.


Óleos essenciais


Os óleos essenciais são compostos aromáticos, geralmente voláteis, retirados dos vegetais, onde são
encontrados pré-formados ou na forma combinada. São extraídos por destilação, por expressão ou por extração
por solventes. Os medicamentos magistrais à base de óleos essenciais variam com as propriedades químicas
e físicas, em particular a solubilidade. Com um excipiente alcoólico ou oleoso se trabalha por simples dissolução.
Uma técnica nova de micro encapsulação dos óleos vegetais permite a utilização dos óleos essenciais sob a forma de pó acondicionado em cápsulas. Com excipientes não graxos pode-se utilizar externamente, na forma
de géis ou emulsionados com emulsionantes não iônicos, que fornecem emulsões estáveis.
Os óleos essenciais, nas suas diferentes apresentações são muito utilizados na perfumaria e também na
aromaterapia.


Hidrolatos


Freqüentemente, produtos secundários à preparação dos óleos essenciais, as águas destiladas, também conhecidas por hidrolatos, possuem grande quantidade de princípios voláteis como ácidos, aldeídos e aminas.
São preparadas por simples destilação com vapor de água e plantas frescas ou secas. As plantas rasuradassão maceradas por horas com uma grande quantidade de água e depois destiladas. A destilação é suspensa
quando se obtém uma quantidade razoável de destilado. O excesso de essência é separado por decantação ou filtração. Para preparação dos hidrolatos são utilizados
de preferência as plantas frescas.
A conservação dos hidrolatos é delicada, pois se contaminam com facilidade. Os hidrolatos são utilizados por
suas propriedades aromáticas, para a preparação de xaropes, e em cosmetologia, por suas propriedades
adstringentes, calmantes e antipruriginosas, sob a forma de loções e cremes.


Alcoolatos


Os alcoolatos são preparados pela maceração com álcool das plantas frescas seguida por uma destilação. Atualmente a denominação alcoolato foi substituída no Codex por soluções alcoólicas de essências ou tinturas
de essências. Foram mantidas, porém alguns nomes como o alcoolato de Garus, base do elixir de Garus e o alcoolato de Fioravante.


Alcoóleos


Os alcoóleos são preparações líquidas resultantes da ação dissolvente do álcool, empregado em quantidade
determinada a um título definido sobre as matérias vegetais. O título do álcool utilizado estará na função dos
princípios ativos a dissolver ou da textura material a tratar. Em fito-aromaterapia utilizam-se as tinturas, as
tinturas-mãe e as alcoolaturas.


Tinturas vegetais


Bontempo, Márcio (1992) nos diz que a tintura é o álcool ou éter impregnado do princípio ativo de uma ou mais substâncias vegetais, animais ou minerais. A preparação de tintura a partir de substâncias vegetais é um
processo minucioso e delicado, que utiliza plantas secas e éter ou álcool de pureza absoluta. Para 20% de substância vegetal emprega-se álcool de 60 graus (quando a substância libera seus princípios
com facilidade) álcool de 80 graus (no caso de substâncias ricas em resíduos e azeites voláteis) e álcool de 90
graus (para substâncias que contêm corpos gordurosos).
Depois de filtradas as tinturas conservam seu poder por muitos anos e são usadas puras ou diluídas, interna
ou externamente.
Segundo Teske, M. et al (1997) as tinturas vegetais são preparadas à temperatura ambiente pela ação do
álcool sobre uma erva seca (tintura simples) ou sobre uma mistura de ervas (tintura composta). São preparadas
por solução simples, macerações ou percolações.
A tintura simples corresponde a 1/5 do seu peso em erva seca, quer dizer que 200 g de erva seca permitem
preparar 1000g de tintura. Na maioria das vezes se utiliza um álcool a 60ºG.L.


Tinturas mães


Segundo Trentini, A. M. M. et al, as tinturas-mães são definidas como propriedades líquidas resultantes deação dissolvente de um veículo alcoólico sobre drogas de origem vegetal ou animal.
As tinturas-mães de drogas vegetais são obtidas pela maceração de álcool de diferentes títulos, da planta
fresca estabilizada ou raramente da planta seca.
Para a preparação da tintura-mãe devem ser observados alguns cuidados na hora da colheita, levando-se em
consideração à parte da planta a ser utilizada. Por exemplo, no caso das folhas, deve-se colher após o seu
desenvolvimento completo, antes da floração.
De acordo com Vidigal, Marina, para se fazer a tintura é preciso, primeiramente, secar a erva. Em seguida
acrescentar o veículo na proporção seguinte: misturar três partes de erva com sete de álcool de cereais
(de milho ou de uva), ou ainda seis parte do veículo (álcool de cereais) e uma de água destilada.
Depois deve-se vedar a solução e colocá-la em lugar escuro, Filtrar após 20 dias.A partir da maceração, portanto é possível fazer tinturas mães de quase todas as ervas. O mais importante é
mantê-las em vidro âmbar ou armários escuros. As tinturas mães contêm as propriedades das ervas
sintetizadas, por isso, duram muitos anos.


Alcoolaturas


Para Teske, M., as alcoolaturas são obtidas pela ação do álcool sobre as drogas frescas que não podem sofrerprocessos de estabilização e secagem, pois perdem a sua atividade.
Na alcoolatura são empregadas partes iguais em peso de planta fresca e de álcool a um título elevado paraevitar uma diluição elevada pela água liberada pela planta.
O modo de preparação e muito simples, basta macerar por 8 dias a droga fresca rasurada em um recipientefechado, com álcool, fazer uma expressão e logo após uma filtração.


Suco de planta fresca


O suco de planta fresca é a suspensão da planta com seus constituintes ativos e inativos em álcool a 30ºG.L.. Por diversos processos modernos, são estabilizados inativando as enzimas e evitando uma degradação rápida
dos princípios ativos.Esta forma nova de apresentação das plantas permite a utilização de todo o fitocomplexo da planta fresca
sem a perda de nenhum princípio ativo.


Hidróleos


Os hidróleos são derivados obtidos pela dissolução em água de uma substância medicamentosa. Os hidróleos são conhecidos pela população pelo nome de tisanas, e são obtidos por infusão, decocção ou maceração.


- Infusão
- Decocção
- Maceração


Segundo Bontempo, Márcio (1992)


1-) “Infusão – A infusão é o mais consagrado método de preparo de chás medicinais. Neste processo a
substância é colocada numa vasilha, que depois recebe água fervente e é tampada. Após descansar por um
certo tempo, côa-se a mistura. O tempo de infusão varia de 10 a 15 minutos (para folhas ou flores) a várias horas
(no caso de raízes). O processo é particularmente indicado para as plantas aromáticas.
2-) Decocção – É a fervura da substância para dissolve-la pela ação prolongada de água e do calor. Utilizada
sobretudo no caso das sementes de cereais, a decocção pode ser leve ou branda, carregada ou concentrada,
conforme sua duração (de apenas alguns minutos a várias horas) e a saturação do líquido empregado.
3-) Maceração – Neste processo a substância vegetal é deixada em contato com o veículo (líquido usado para
dissolver o princípio ativo), em temperatura ambiente. Embora lenta, a maceração é um método excelente para
obter o princípio ativo em toda a sua integridade. Os veículos mais empregados são a água (que deve ser pura), o álcool, vinho ou vinagre.”


Teske,M. et al, nos diz que os Extratos glicólicos são obtidos por processo de maceração ou percolação de uma
erva em um solvente hidro-alcoólico, podendo ser este o propilenoglicol ou a glicerina. Estes extratos
normalmente são utilizados nos fitocosméticos. A relação erva/solvente varia, sendo que normalmente se
utiliza a relação indicada para as tinturas vegetais.


Extratos fluídos


Segundo a Farmacopéia Brasileira, os extratos fluídos são preparações oficiais, obtidos de drogas vegetais manipuladas, na forma que 1.000g de extrato contenham o equivalente a 1.000g de erva seca. Por não
terem sofrido a ação do calor, seus princípios ativos são exatamente os mesmos encontrados nos fármacos
respectivos.
Os extratos fluídos apresentam uma relação ponderal simples entre droga e extrato, o que facilita a posologia
e a prescrição.

- 1g de extrato fluído equivale a: 1g de droga seca
- 5 g de tintura ou alcoolatura
- 10g de tintura-mãe
- 50 g de xarope


Extratos moles


Os extratos moles são soluções extrativas que possuem consistência de mel, que, quando dessecados a
105ºC perdem entre 15 e 20 % de água.


Extratos secos


Os extratos secos se apresentam sob a forma de pó e perdem de 5 a 8% de água. Os extratos secos podem
ser facilmente manipulados, apesar de muito higroscópicos. A posologia é a mesma dos extratos moles.
São conservados em recipientes herméticos, em presença de desidratantes e ao abrigo da luz.
Os extratos secos obtidos por atomização são conhecidos também por nebulizantes. O princípio de nebulização
consiste em dispersar a solução extrativa a dessecar em minúsculas gotículas sob uma corrente de ar quente. As gotículas são secas instantaneamente e transformadas em pó finíssimo. Os fenômenos de oxidação e
desnaturação pelo calor são reduzidos ao mínimo. Os nebulizantes se apresentam sob a forma de pó tênue, aromático e de coloração mais clara que o extrato
seco correspondente. No microscópio se apresenta como minúsculos glóbulos de aspecto esponjoso e irregulares.
O volume específico aparente é muito elevado.
Os nebulizantes, a grosso modo, substituem peso por peso os extratos semi-sólidos. A água residual desta
é substituída por adjuvantes como aerosil, amido, celulose modificada e outros.
Atualmente os extratos secos na forma de nebulizantes são amplamente utilizados, e os laboratórios
farmacêuticos procuram desenvolver vários tipos de extratos com os seus princípios ativos titulados.
Bontempo, Márcio (1992) nos explica os seguintes processos:

- Tisanas – Nome genérico dado à soluções, macerações, infusões e decocções preparadas com ervas.
Quando a elas se agregam xaropes, tinturas, extratos ou outros ingredientes, as tisanas são chamadas poções.

- Filtração – Usada para retirar partículas em suspensão de líquidos como tisanas, sumos, tinturas, etc, é feita
com a ajuda de um cone de papel de filtro colocado dentro de um funil. Quando não se exige uma perfeita
transparência do líquido, pode simplesmente côa-lo através de um tecido de algodão, lã ou feltro.

- Vinhos medicinais – São preparados que resultam da ação dissolvente do vinho sobre as substâncias vegetais.
O vinho deve ser puro, com alto teor alcoólico, tinto para dissolver princípios tônicos ou adstringentes e
branco quando se deseja obter um produto diurético. O método é simples: molha-se em álcool as ervas picadas
e macera-se em vinho durante alguns dias. Depois de filtrado, o produto deve ser conservado em local arejado.

- Cataplasma – Bontempo, Márcio (1992) nos diz que é um preparado composto do pó de substâncias
(obtido por infusão ou decocção) diluído até formar uma pasta mole. Excelentes remédios de uso externo,
ou cataplasmas podem ser aplicados quentes (para um efeito revulsivo ou maturativo) ou mornos (de efeito calmante).

Segundo Vidigal, Marina trata-se de envolver a parte lesada do corpo em um tipo de massa ou pano imerso
em chás, que pode ser frio ou quente. Para que o chá vire massa é preciso pôr no líquido argila (verde ou argila
rainha). Para não machucar ou irritar mais o ferimento, na hora de limpar os resíduos de argila, usar uma
bandagem antes da cataplasma.
Para preparar a argila é necessário espalha-la em uma superfície, até que seque. Em seguida, deve ser
passada em uma peneira fina, para adquirir a consistência de talco. Aí é só esterilizar a argila, levando-a ao
fogo
por uma hora e depois guardá-la em potes de barro, latas ou sacos.


Pomadas


Para Vidigal, Marina, as pomadas em geral, podem ser feitas a partir de tinturas de qualquer erva. Por isso, deve-se misturar partes iguais das tinturas desejadas, com vaselina e lanolina (nesta ordem, na
proporção uma de tintura, para uma de vaselina e uma de lanolina).
A pomada chega a durar de um a dois anos. No entanto para conservá-la é importante manusear o conteúdo
sempre com uma espátula, evitando o contato com as mãos. Isso porque, elas podem estar carregando
impurezas externas que sem querer acabam por contaminar a pomada.


Ungüentos


Segundo Vidigal, Marina, os ungüentos são medicamentos à base de gordura, os ungüentos não apresentam consistência definida. A validade pode durar de três a sete dias.
Em primeiro lugar, deve-se secar a erva escolhida para o preparado. Em seguida, mistura-la à gordura hidrogenada. Deixar, então, o conteúdo em banho-maria por aproximadamente três horas. A mistura vai
estar pronta quando estiver com aparência homogênea.


Contusão (Bontempo, Márcio, 1992)


A substância é colocada num gral e socada até o ponto desejado (pó ou pasta).


Bontempo, Márcio et al (1992), nos explica mais esta preparação fitoterápica


Torrefação


Esta operação tem dois objetivos:
- retirar a água de certas substâncias e submetê-la a um príncipio da decomposição que modifica algumas
de suas propriedades. Através da torrefação o café se torna aromático, o ruibarbo perde suas qualidades
laxantes e o ópio seu princípio viscoso.


Tesk, M. et al nos diz que
Os extratos fitocosméticos


Os extratos glicólicos são indicados para aplicação em soluções aquosas, géis sem álcool, emulsões
água/óleo e tensoativos (sabões, banhos de espuma, xampu).
Extratos fluídos podem ser utilizados em soluções alcoólicas, géis com álcool e emulsões alcoólicas.
Os extratos moles apresentam as mesmas aplicações do extrato fluído, com a vantagem de possuir uma
concentração maior. Estes extratos podem ser facilmente diluídos antes do uso.
Os extratos secos podem ser usados nos produtos para banho, como sais, e em máscaras cosméticas.


As medidas:


Apresentamos a seguir uma relação de medidas aproximadas:



Segundo Vidigal, Marina:
Creme


Mais utilizados em cosmética do que em tratamentos alternativos, os cremes são fáceis de fazer e dão ótimos resultados.
Primeiramente, é necessário colocar a lanete (cera utilizada como base de cremes) em banho maria até que
derreta. Em seguida, deve ser misturada aos óleos e infusões das ervas indicadas para os fins desejados. Além
disso, vale a pena acrescentar ao conteúdo algum tipo de conservante natural como Arovit ou própolis (ambos
vendidos em farmácias). Mesmo assim os cremes devem ser mantidos sempre em geladeira.


De acordo com Herbal Matéria Médica eis os



Aspectos Farmacológicos
Arctium lappa L. Compositae


Tratando-se dos aspectos farmacológicos as partes mais utilizadas desta espécie são a raiz e o rizoma.


Constituintes


- Linhanas, incluindo Arctigenina, seu glicosídeo arctiina e matairesinol.
- Poliacetilenos na raiz principalmente tridecadienotetrainas e Tridecatrienetrinas, com ácido arctico, contendo enxofre.
- Aminoácidos com ácido [[ALFA]] Guanidino Butírico.
- Insulina nas raízes.
- Mistura de ácidos orgânicos, ácidos graxos, ácidos fenólicos, incluindo ácidos acéticos, butírico, isovalérico,
laurico, mirístico, cafeico e clorogênico.
Ações: Diurético, amargo
Indicações: A bardana é um remédio valioso para o tratamento de erupções e doenças da pele que resultam em
pele seca e descamada. Pode ser útil na Psoríase se usada por longo tempo. Pode ser útil como parte do
tratamento da Dor Reumática, especialmente quando associada à Psoríase.


Parte da sua ação deve-se à estímulo dos sucos digestivos e secreção biliar, pelo gosto amargo.Assim, ajuda a digestão e o apetite.
Segundo (Franco, Padre Ivacir João,) além do efeito depurativo e diurético, usa-se para afecções da pele,
catarro do estômago e dos intestinos, prisão de ventre e gastrite, cálculos biliares e da bexiga, cólicas
hepáticas, pólipos, furúnculos, eczemas e afecções da pele, enfermidades do coração, gota.
As compressas, para reumatismo e feridas podem ser feitas, com a folhas e óleo (banha). Pequenas
quantidades podem ser consumidas misturadas nas saladas (Franco, Padre Ivacir João, Editora Imprimax).
De acordo com Herbal Matéria Médica, é usada na anorexia nervosa e também na cistite. Em geral,
a bardana leva a um estado de harmonia do organismo.
Externamente pode ser usada em compressas para curar feridas e úlceras. A Eczema e a Psoríase
podem ser tratados externamente, mas é melhor ajudar com remédios tomados internamente. Priest & Priest nos dizem que ocorre uma “alteração geral”: influência a pele, rim, mucosas e mebranas
serosas, ajuda a remover resíduos.
É especifica para erupções da face, cabeça e pescoço.
E para inflamações.
Indicações específicas são: eczema, psoríase, dermatite, gota e ciática.
Ellingwood recomenda para úlceras, aftas, tosse por irritação, psoríase, erupções crônicas da pele,
aumento de glândulas e doenças sifilíticas e gotosas.
Combinações: Para problemas de pele com Yellow Dock, Red Cloveror Cleavers.
Para Franco, Padre Ivacir João, o chá de raiz é contra veneno e a lavagem fortalece o couro cabeludo.


Preparação e Dosagem (Preparação Fitoterápica)


Decocção: 1 colher de sopa a raiz em 1 xícara de água. Levar à fervura. Tomar 2 a 3 vezes ao dia.
Tintura: Tomar 2 – 4 ml de Tintura 3 vezes ao dia.
A raiz é a fonte das preparações. A raiz se torna muito macia e com sabor doce com textura mucilaginosa.
A Bardana (Arctium lappa L.) é usada nas seguintes condições:
Condições de saúde:
- Acne
- Psoríase
- Artrite Reumatóide


Bardana, segundo Teske, M. et al
Dosagem / Modo de usar
Preparações Fitoterápicas


Uso interno:
- Raízes secas: 2 a 6 g três vezes ao dia por infusão
- Extrato fluído em álcool 25%: 2 a 8 ml.
- Decocto: 40 g das raízes por litro de água. Tomar 2 – 3 xícaras ao dia.
- Infuso: 4 a 6 g das sementes
- Tintura: 1:10 em álcool 45%: 8 a 12 ml, três vezes ao dia.
- Segundo Vidigal, Marina, para reduzir o colesterol: por 10 manhãs, beber um suco de folhas de bardana
batidas com água, ainda em jejum.


Uso externo
- Tintura: compressas locais
Fitocosméticos


- Xampus, tônicos capilares, cremes e loções para peles oleosas com cravos e espinhas: 1-3% de extrato
glicólico ou decocto. (Trentini, A. M. M. et al.).
De acordo com Lelington, Lobo Franco (1999) o modo de preparo é:
“Para uso interno:
chá por decocção (raiz): - 10 g de raiz em ½ litro de água fervente
Infusão (folhas) - 10 g de folhas em ½ litro de água fervente. Tomar 1 xícara 3 vezes ao dia.
Para uso externo:
- Raiz em decocção com as folhas em fusão em 100 ml de água. Fazer compressa ou lavar a área afetada várias vezes ao dia.
- Para Queda de Cabelo: Aplicar com massagem e deixar por 1 hora no cabelo. O resultado é excelente,
podendo inclusive estimular o nascimento de novos cabelos, pois é um tonificante capilar por excelência.”
Segundo Ruth, Cordeiro et al (1996) antigamente a bardana utilizada em mistura com outras ervas era usada
para clarear a pele. É cicatrizante.
O decocto de suas raízes é eficaz como purificador do sangue em doenças reumáticas, afecções renais e
distúrbios digestivos.
Externamente prepara-se com a bardana uma pomada para eczemas e uma loção para evitar a queda dos
cabelos. A cataplasma das folhas frescas alivia as dores causadas por picadas de insetos, torções e
hemorróidas, e a sua infusão serve para limpar feridas e inflamações cutâneas. O extrato das sementes e
também suas infusões e decocções são especialmente indicados para a cura de
enfermidades crônicas da pele.


Indicações de uso


Depurativo – Infusão:
Em um recipiente misturar as seguintes ervas previamente cortadas: 60g de raiz de bardana, 25 g de alcaçuz,
50 g de dente-de-leão, 40 g de gramínia e 20 g de raiz de chicória. Verter uma colher desta mistura em uma
xícara de água fervente. Beber de manhã, em jejum, sem adoçar.


Diurético – Infusão:
Colocar, em três xícaras de água fervente, 30 g de raiz de bardana, deixar em infusão por 30 minutos.
Coar o líquido e bebê-lo em duas vezes durante o dia.


Úlceras e Chagas – Cataplasma:
Aplicar sobre o local afetado uma cataplasma feita com uma folha fresca de bardana esmagada, depois
de lavada e enxuta.


Botsaris, Alexandros Spyros (1997) nos diz que o fruto da bardana tem as seguintes propriedades: é sudorífico,
antitérmico, antibacteriano, resolutivo, laxativo, expectorante e tem como Indicações as seguintes:
- como sudorífico e antitérmico, para febres e doenças exantemáticas;
- como sudorífico e antibacteriano, para amigdalites e faringites agudas;
- como antibacteriano e resolutivo, para abcessos e furúnculos;
- como expectorante e antibacteriano, para tosse e catarro amarelo;
- como laxativo, para constipação intestinal.


As raízes têm como propriedades as seguintes: antitérmica, depurativa, tônica, adstringente, resolutiva,
diurética, anti-séptica, emoliente, uricosúrica, antibacteriana, litagoga.
Tem as seguintes indicações:
- como antitérmica e depurativa, para doenças febris com rash cutâneo.
- como tônica, para fraqueza e anemia.
- como antibacteriana e adstringente, para diarréias agudas.
- como depurativa e resolutiva, no tratamento de sífilis.
- como diurética e uricosúrica, para gota.
- como diurética e litagoga, para cálculo renal.

É cultivada para fins alimentícios e medicinais no Brasil e em muitos outros países.
(Botsaris. Alexandros Spyros)
Doses:
Frutos: de 3 a 9 g em decocção ou infusão de 500 a 1500 mg, em pó.
Raiz:
- de 10 a 20 g ao dia, decocção ou infusão;
- de 1.500 a 3.000 mg de pó ao dia.
- de 5 a 20 ml de tintura ao dia.


Segundo Victor Civita et al (Revista Saúde Especial)
Receita para problemas de visícula:
- Ponha uma colher de sopa de raiz fatiada em uma panela com xícara de água e deixe ferver por 5 minutos. Desligue a chama e mantenha em infusão por mais 10 minutos. Coe. Tome uma xícara desse chá duas vezes
ao dia.
Acharam, Moreira Yarza, nos dá outra receita. O extrato fluído de bardana na dose de 4 a 6 colheres de café
demonstrou eficácia invariável contra as cólicas hepáticas.
São inúmeras as receitas da bardana, esta maravilhosa e fantástica planta para inúmeros, uma infinidade de
problemas de saúde.


Herbal Matéria Médica nos esclarece:


Histórico – Uso tradicional (pode ou não ser apoiado em estudos científicos). Nos livros tradicionais a bardana (raiz) é descrita como purificador do sangue, “alterativa” e acredita-se que limpe o sangue das toxinas.
É usada interna e externamente para eczema e psoríase bem como para tratar juntas doloridas. É diurética. Na Medicina Tradicional Chinesa a raiz de bardana em conbinaçào com outras plantas é usada para tratar dor
de garganta, tonsilete, resfriado e até sarampo. É ingerida como vegetal, no Japão. A raiz de bardana
tornou-se popular como parte de chá para tratar câncer.


Constituintes Ativos: A raiz de bardana contém grande quantidade de inulina e mucilagem. Isto explica o efeito benéfico sobre o trato gastrointestinal.
Os constituintes amargos explicam o uso tradicional para melhorar a digestão. Ela também tem poliacetilenos
com ação antimicrobiana. A raiz e os frutos da bardana também podem
baixar a taxa de açúcar no sangue (Efeito Hipoglicêmico).


Quanto normalmente é tomado? Preparações Fitoterápicas


O uso da Bardana (raiz) na dose recomendada é segura.


Bardana (Arctium lappa L.)


Ações terapêuticas:
Antibacteriano
Antifúngico
Antiinflamatório
Antitussígeno
Aperiente
Purificador do sangue
Colagoga
Demulcente
Diaforética
Diurética, principalmente sementes.
Estimulante gastrointestinal
Restaura hormônios
Segundo outro estudioso da matéria Yamamura, Dr. Isao,
a bardana tem poderes revigorantes sobre a
função sexual. (Lelington, Lobo Franco).
Tônico do fígado
Nervino


Indicação Clínica


AIDS
Amenorréia
Câncer
Insuficiência Cardíaca
Bronquite crônica
Diabete Mellitus
Eczema
Doença fibrocística de glândula mamária
Gota
Perda de memória
Menopausa
Osteoartrite
PMS
Psoríase
Artrite Reumatóide
Fibroma Uterino
Indigestão
Fraqueza renal e risco de pedras
Congestão linfática
Ciática
Desordens da pele: Acne, carbúnculo, manchas, impetigo.
Dor de garganta
Cálculos urinários
UTI
Segundo Correia, Anderson Domingues et al (1998) tem como indicação clínica também cólica nefritica e
constipação intestinal, calvície, herpes simples, tinha, dores de origem traumática e também como auxiliar no
tratamento da escabiose.


Contra-indicações – Gravidez, devido ao efeito ocitócito e ação estimulante uterina no útero animal.


Segundo Teske, M. et al:
Contra-indicações: seu uso não é recomendado para produtos infantis
Efeitos colaterais: Pode causar irritação dérmica e ocular.
Superdosagem: Dilatação da pupila, boca seca semelhante à contaminação por atropina.


Medicamentos / Interação
A insulina deve ser monitorada por causa da ação hipoglicemiante.


Constituintes Químicos
Alcalóides
Flavonóides
Glicosídeo Arctiina
Inulina
Lignanas incluindo Arctigenina
Minerais (Cálcio, Ferro, Fósforo, Sódio)
Mucilagem
Ácidos orgânicos
Polissacarídeos
Lactona Sesquaturpine
Esteróides fitosterol e estigmasterol
Taninos
Vitaminas: A, B1, B2, B3, C
Óleos voláteis
De acordo com Pires, Zenaide B. a bardana também contém sais minerais, composto antibiótico (semelhante a
penicilina) nitrato de potássio, insulina e hormônios vegetais.
Segundo Panizza, Sylvio (1997) a Arctium lappa L. contém também em sua composição lapatina e ácido
clorogênico.
Lelington, Lobo Franco (vol I, 1996) nos diz que faz parte da bardana os óleos essenciais, constituídos por
terpenóides (arctiopicrina), compostos poliacetilênicos (trainaeno, e no tetrainaeno e pentainaeno), rutina,
óleos fixos.
Segundo Corrêa, Anderson Domingues, encontra-se também taraxasterol, fuquinona, trachelogenina.


Toxicidade


Nenhuma toxicidade, mas o uso a longo prazo e excessivo das sementes pode provocar irritação do trato
urinário.
Contém fitosterol, não usar em excesso.


Aspectos de cultivo


Tratando-se dos aspectos de cultivo. O porte da Bardana (Arctium lappa L.) é herbário podendo alcançar até
2 metros de altura.
Quanto a inflorescência, floresce após 2 anos (bienal). As flores possuem coloração entre o marrom e o
purpúreo formando capítulos. O fruto tem formato arredondado e “espinhudo” possui cerca de 7 mm de
largura. Seu habitat são lugares úmidos, solos arenosos e sombreados. “Para Acharam, Moreira Yarza, a
bardana
forma densas moitas em terrenos incultos”.
Em locais de cilma quente devemos plantar as espécies exigentes de clima mais ameno em abril ou maio.
Segundo Cordeiro, Ruth et al (1996) a bardana é cultivada através das sementes que devem ser semeadas
entre os meses de setembro e março. Precisa de solo profundo e drenado. As raízes podem ser colhidas após 100
dias.
Quanto a altitude, esta reflete diretamente na temperatura, pois locais de altitudes menores são mais
quentes que locais mais altos. Para um produtor que possui propriedade em locais mais altos e com a face do
terreno voltadas para o sul, a escolha deverá ser bem criteriosa devido à menor temperatura, menor incidência
dos raios solares e mais umidade.
Com alguns estudos concluídos pode-se afirmar que as plantas produtoras de alcalóides obtém melhor teor
de substâncias em baixas altitudes. Segundo (, Lelington, Lobo Franco, 1996) a bardana pode ser plantada em
todo lugar reproduz-se através de sementes.
Continuando com Furlam, Marcos Roberto (1998), o solo para a bardana precisa ser mais arenoso para
facilitar a colheita.
Portanto espécies que tem como objetivo a extração de raízes (bardana, gengibre, açafrão, curcuma, zedoária
e yacon) devem ser plantadas em solos mais soltos (mais arenosos e menos argilosos).


Segundo o Viveiro Sabor de Fazenda, aqui vão algumas dicas


Dicas de Plantio em Pequenas Áreas


Antes de plantar a sua muda em um vaso, faça a drenagem adequada para evitar o apodrecimento das raízes e a capacitação do solo.
1-) Escolha um vaso com um furo no fundo, coloque um pedaço de caco de telha sobre o furo, em seguida
pedras (bruta ou pedrisco)
2-) Sobre as pedras coloque uma fina camada de areia e depois um pouco de terra preparada (partes iguais de
areia, terra comum e húmus de minhoca ou composto orgânico)
3-) Ajuste a muda de maneira que ela esteja bem no centro e dois dedos abaixo da borda do vaso. Complete
com a terra preparada.
4-) No primeiro dia, regar até a água sair pelo orifício do fundo do vaso.
5-) Seu vaso está pronto!


Cuidados: - Nos primeiros 2 dias o vaso deve ficar em local com claridade indireta. Depois deste período coloque-o em local insolarado. O ideal são 5 à 6 horas diárias de sol.
- Regar quando a camada superficial estiver seca.
- Adubar a cada 40 dias com húmus de minhoca ou algum tipo de composto orgânico.


Plantio – Preparo do local para o plantio
A face sul é a mais recomendada para a bardana (Arctium lappa L.) que trata-se de uma espécie adaptada
a climas mais amenos.
Para grande produções há necessidade de instalação de viveiros, em local plano, próximo de fonte de água
e afastado de beira de estradas, pastagens ou matas. Para as sementeiras, devem-se construir canteiros em
locais sombreados.
O preparo do solo se resume em limpreza, destoca, aração, calagem e gradagens, no caso de utilizar
maquinas agrícolas.
Lembre-se também de localizar formigueiros nas proximidades, e fazer o controle com formicidas específicos,
antes de qualquer trabalho.
Do contrário, as dores de cabeça posteriores para o combate serão muito piores e demandarão um bom
dinheiro.
O produtor comercial deverá se preocupar muito com a adubação.
Após a escolha do local, será preciso limpa-lo para iniciar a formação das sementeiras, sulcos, covas e
canteiros. Os passos podem ser os seguintes:
1- retirar os entulhos e pedras;
2- caso existam problemas de invasão de animais ou mesmo de segurança contra roubo, se for possível,
cercar a área com tela, bambu, etc;
3- Se for plantar espécie tóxica, coloque cartazes alertando que a planta pode causar danos à saúde;
4- Retirar as plantas indesejáveis e as mais rasteiras com a enxada, de modo que arranque até as raízes;
5- Com o rastelo, retirar o mato que ficou sobre o local;
6- Se for plantar em canteiros, demarcá-los com estacas de madeira e barbante bem esticado. Cada canteiro
deve ter no máximo 1,20 metro de largura e o comprimento pode variar. Se o terreno for meio inclinado, o
comprimento deve acompanhar o nível;
7- Deixar corredores de 40 a 50 centímetros entre os canteiros e um metro distante do muro ou cerca.


Importante: plante em canteiro apenas espécies de pequeno porte ou ciclo anual (que produz e morre antes
de completar um ano). Quanto menos usar canteiros menos trabalho terá. Médias e grandes produções não utilizam canteiros, mas sulcos ou covas, como será citado mais adiante.


Sementeira


Para maior segurança no pegamento da maioria das plantas medicinais há necessidade de serem plantadas em sementeira.
A cobertura da sementeira deverá ser realizada quando o local sofrer incidência direta de radiação solar e
ataque de pássaros.
A cobertura com sombrite pode solucionar esses problemas.
Os passos para fazer uma sementeira são:
1- a sementeira deve ser feita em um dos canteiros situados num dos cantos do terreno e exige uma adubação
de dois quilos de húmus de minhoca ou cinco quilos de esterco de curral curtido.
2- Abrir sulcos na largura do canteiro, distanciados 15 centímetros e com 2 centímetros de profundidade;
3- Umedecer levemente o canteiro;
4- Distribuir uniformemente as sementes nos sulcos. Cuidado para não distribuir as sementes em excesso.
Caso as sementes sejam muito pequenas como as de alecrim, tomilho e manjerona, misture-as muito bem com
areia e depois as distribua.
5- Cobrir as sementes com um pouco de terra.
6- Molhar a terra de manhã e à tarde com regador até que a plantinha esteja pronta para ser transplantada
para o canteiro definitivo. No momento do transplante, a mudinha deverá ter de 5 a 6 folhinhas
(mais ou menos 30 dias).
7- Mudinhas muito frágeis ou danificadas não devem ser aproveitadas.
As sementeiras podem ser realizadas em caixotes.


Propagação – Reprodução por sementes (caso da bardana)


A propagação por sementes é a mais viável economicamente para aqueles que têm interesse em produções
maiores. No entanto, as plantas reproduzidas por sementes possuem as seguintes desvantagens:
- muita variação entre plantas originais, prejudicando a colheita;
- muitas espécies de alto valor econômico não produzem sementes viáveis no Brasil, como por exemplo a
alfazema;
- Muitas sementes possuem dormência, que é difícil de ser quebrada. Há espécies que não se tem nenhuma
informação sobre como obter ótimo nível de germinação.

Existem medidas para determinadas espécies que visam aumentar a germinação como:
- pré-esfriamento (5ºC a 10ºC) por 7 dias
- presença de luz
- escarificação (para romper o tegumento)

Caso tenha interesse em semear grandes quantidades, peça mais informações para o vendedor ou para um
especialista sobre como obter o grau máximo de germinação.
Algumas dicas para a semeadura:
- muitas sementes de plantas espontâneas só germinam quando estão próximas da superfície pois não se
desenvolvem no escuro;
- de maneira geral, a profundidade da semeadura deve ser o dobro do diâmetro da semente;
- frutos muito suculentos possuem sementes que perdem rapidamente a germinação;
- compre sementes de empresas tradicionais, como importadoras de sementes, pois para garantir a
qualidade estas empresas armazenam seus estoques em freezer;
- Compre sementes de latas ou saquinhos que não foram abertos.


Plantio de mudas


As mudas obtidas da sementeira ou da propagação vegetativa deverão ser transplantadas para os canteiros,
observando os seguintes passos:
- molhar bem a sementeira e retirar as mudas com cuidado para não danificar as raízes. Outra maneira é com
covas adubadas em áreas fora dos canteiros, onde as covas deverão estar em profundidade e espaçamento corretos;
- Transplantar as mudinhas retiradas da sementeira ou do viveiro para os canteiros ou locais de plantio
adubados, no período da tarde quando o sol estiver mais fraco (à tardinha); Para o plantio em covas, deve-se fazer um buraco com dimensões que podem variar de 30 cm x 30 cm x 30 cm
a 60 cm x 60 cm x 60 cm (altura, comprimento e largura) conforme a altura da planta. A terra retirada deve ser
misturada com três a quatro litros de esterco curtido, ou conforme análise de solo, e recolocada na cova.


Após a colocação da mistura, fazer uma cova rasa no local, colocar a muda e cobrir com um pouco de terra. A grande maioria das plantas medicinais são plantadas através de covas de 30 cm x 30 cm x 30 cm.
Há também o plantio por sulcos (hortelãs, por exemplo), mas são raras as espécies plantadas desta forma.


Quanto ao plantio de mudas


A bardana possui altura média de 1,00 metro, o espaçamento entre plantas deve ter 30 cm e entre linhas 50 cm.


A colheita


- Dias secos e ensolarados são os recomendáveis para a colheita. Não colher em períodos de chuva ou vento.
Como cada planta desenvolve-se de modo diferente, é necessário conhecer o seu ciclo da vida, a fim de escolher o momento certo para colhe-lá.
- Evitar a retirada de todas as folhas de um galho.
- Para a colheita de raízes escolher as mais próximas da superfície.
- A parte aérea deve ser colhida logo de manhã (após o secamento do orvalho) e as raízes no final da tarde.
- Raízes e rizomas são colhidos no início da primavera e outono. “Segundo Herbal Matéria Médica as raízes
são coletadas em setembro e outubro”. Continuando com Furlam, Marcos Roberto (1998), flores ou sumidades
floridas devem ser colhidas com 2 centímetros de pedúnculo, pela manhã e no início da floração, antes que
se abram totalmente.
- Frutos ou sementes são colhidos no início da maturação (deiscentes, ou seja, quando caem antes da maturação completa) ou quando estão completamente maduros.
- Folhas são colhidas sem o pecíolo, no início da formação de flores.
- Nas plantas herbáceas, as gemas são colhidas na altura das primeiras folhas.
Para Cordeiro, Ruth et al (1996) as sementes da bardana devem ser coletadas quando os frutos tiverem
adquirido uma coloração cinza-parda.
Para tanto, cortam-se os capítulos florais, colocando-os de cabeça para baixo dentro de bolsas de papel,
onde ficam retidas as sementes. As raízes são desenterradas no final do primeiro ano de crescimento da
planta e submetida a uma secagem lenta.
Tanto estas com aquelas devem ser conservadas em recipientes bem fechados, preferivelmente de cristal.
Seus talos tenros podem ser fervidos e consumidos como aspargos. Furlam, Marcos Roberto (1998) nos
ensina que caso seja possível antes da secagem, seguir os seguintes passos:
- Elimine fragmentos de outras plantas que se misturarem às partes desejadas.
- Escolhas as partes vistosas, inteiras limpas, que não estão sendo atacadas por pragas.
- Evite que as partes colhidas fiquem sujas de terra.
- Verifique se não há larvas ou insetos.
- Não aperte ou machuque a planta evitando assim que ela murche.
- Seque o mais rapidamente possível.
- Tome cuidado com plantas tóxicas, principalmente se a toxidade ocorrer por contato.
No caso da colheita de plantas produtoras de óleos essenciais como a Bardana (Arcitum lappa L.), a colheita
pode ter como objetivo a produção de óleos essenciais.


Secagem e armazenamento


Caso as plantas não sejam usadas frescas, é necessário fazer a secagem o mais rápido possível, para não
perder muito dos princípios ativos, além de preservá-las do ataque de fungos e bactérias.
As condições ideais de secagem são:
- o secador não deve ter portas ou janelas voltadas para a face sul.
- Internamente o secador de vê ser limpo, arejado, sem muita entrada de luz solar.
- As temperaturas máximas de secagem são: 30 a 35ºC para folhas e flores aromáticas; 40ºC para folhas e
flores não aromáticas, e 65ºC para cascas, raízes e sementes;
- Não revolver folhas e flores.
- Não esquecer de colocar no secador saídas para ar quente.
- Não secar ao sol folhas e flores.
- As camadas de folhas devem ter no máximo 5 centímetros de espessura.
- Secar uma espécie de cada vez no secador.
- Secar logo após a colheita.
- Se for utilizar prateleiras, deixe espaçamento de 30 centímetros entre cada uma.

A secagem pode ser através do calor natural ou artificial. Para a secagem natural, as plantas colhidas são
colocadas sobre panos, ripados ou redes, estendidos em local arejado, sem umidade e abrigadas do sol. A
secagem artificial é feita em secadores especiais com temperatura controlada (entre 30 e 65ºC). É mais
rápida e geralmente utilizada para grandes quantidades de plantas, porém, são raras as empresas que
comercializam secadores específicos para as plantas medicinais.
Em alguns casos, faz-se uma estabilização com vapores de álcool etílico, que mantém as enzimas celulares
inativas, preservando, assim, sua composição química. A secagem dura de 2 a 15 dias dependendo do tipo de
material, secador e do local. As partes colhidas ficam com 1/3 a 1/4 do peso do material colhido.
Após a secagem, o material deve ser conservado, evitando luz, calor, pó e insetos. A luz altera a cor do material,
por isso é recomendável conserva-las em recipientes de metal, cerâmica, vidro escuro ou madeira, nunca em
recipientes de plástico ou transparente. Os recipientes devem ser fechados hermeticamente. Para impedir que
a umidade os altere, devem ser guardados em locais ventilados, longe do calor e da poeira, agentes facilitadores
do desenvolvimento de fungos e bactérias. No material colhido, colocar etiquetas identificando o nome da
espécie e a data da colheita.


Secagem de produções caseiras


Para a produção caseira proceda da seguinte forma:
- pendurar em varal as partes colhidas, após amarra-las em pequenos maços.
- Abrigar o material em local seco e escuro, porém arejado.
- Colocar as partes colhidas em sacos de papel com furos, para proteção contra luz e poeira.
A secagem total levará cerca de duas semanas.
Verifica-se o estágio da secagem após apalpar as folhas e estas desmancharem ao toque. Neste momento, as
plantas devem ser retiradas e separadas. Devem ser acondicionadas também em recipientes hermeticamente
fechados.


Comercialização


As plantas medicinais não possuem grande variação de preços, mas quando surgem pesquisas realçando o
uso ou atestando eficácia para novas recomendações de uma espécie este poderá obter preços bem elevados.
As plantas de clima mais ameno são relativamente mais caras do ponto de vista mercadológico do que as de
clima mais quente. Nos últimos cinco anos a tendência de preços para as espécies coletadas no Brasil foi em
média, de US$ 1,00 a US$ 2,00 / kg de matéria seca para plantas espontâneas e de US$ 2,00 a US$ 5,00 / kg de
matéria seca para espécies cultivadas, sendo que algumas alcançaram preços bem maiores, em função da
escassez ou do modismo.
Estes preços são relacionados às produções, sem necessariamente terem qualidade, porque a maioria das
plantas medicinais são obtidas via extrativismo e, com isso, ocorre muita falsificação e impureza do produto.
É sabido que um produto de boa qualidade gera maiores lucros para o produtor. Os iniciantes, devem começar com uma pequena área, a fim de poder controlar melhor a produção e
oferecer produtos de ótima qualidade, ganhando, desta forma, a confiança do comprador.
O pequeno produtor poderá efetivar sua comercialização em farmácias de manipulação, vendedores de plantas
medicinais em feiras, etc. É interessante fornecer uma amostra do produto.
A bardana segundo Boorhem, Dr. Roberto Leal et al (1999) tem sido cultivada com fins comerciais a até
1.800 m.
“Segundo Botsaris, Alexandros Spyros (1997) a bardana é obtida em feiras livres, em farmácias de
manipulação e em distribuidores de plantas medicinais (Inerba, Ecoherbe).”


Conclusão


De acordo com Herbal Matéria Médica, em se tratando da Bardana (Arctium lappa L.) os estudos “in vitro”
e em animais mostraram ação antitumoral da raiz, mas não foram feitos em humanos.
Em trabalhos científicos mostrou inibir o Ascite (Carcinoma) de Ehrlich e o Sarcoma Yoshima em camundongos, enfatizando também o efeito citotóxico potente contra a leucemia linfocítica HL-60 humana
(lignanas incluindo Arctigenina).
Conclui-se ter a raiz inibidor tumoral. A raiz contém polissacarídeos solúveis com atividade quimiotáctica para
leucócitos granulocíticos e efeito antitumoral contra sarcoma (tumor) 37 em camundongos.
As sementes induzem diferenciação em células da leucemia mielóide em ratos. Afirmou-se encontrar um
polímero complexo que encontrado na bardana reduz a mutagenicidade de mutagênicos diretos e indiretos.
Segundo Corrêa, Anderson Domingues et al (1998), doses elevadas da planta são capazes de produzir
dispnéia, piloereção e cianose (obervação feita em ratos) e de acordo com os mesmos autores estudos
científicos determinaram a presença de efeitos antitumorais, antimutagênicos, anti-hipertensivos e
antimicrobianos.
Como vimos a bardana (Arctium lappa L.) possuí inúmeros e uma infinidade de propriedades terapêuticas e
curativas que agem nas células, tecidos, órgãos e sistemas de organismos vivos.
E com tantas propriedades curativas em tão amplas indicações, cultivamos em nós a esperança de novas
perspectivas e horizontes dentro do âmbito de novas pesquisas de tão necessária planta para nós e para
toda a humanidade nos dias atuais e no futuro.


Kátia Schmidt Rodrigues

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